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Enviada em: 18/06/2017

Uma lição de Kant    As faltas, que antes eram esporádicas, se tornam semanais. Até um momento em que o aluno vira um "turista" na sala de aula e depois não aparece mais. Essa é a realidade das escolas brasileiras. No entanto, é importante relevar que a culpa e as consequências não são exclusivas do estudante, outros personagens são envolvidos.    Em primeiro lugar, é necessário considerar que o desinteresse pelos estudos é agravado de diversas maneiras. Aulas extremamente maçantes e expositivas, que não apresentam os conteúdos com a devida aplicabilidade ao cotidiano, incitam a indiferença nos jovens. Isso, somado à baixa renda da maioria das famílias brasileiras, acentua o desânimo e a vontade de abandonar o aprendizado para trabalhar e contribuir com a receita familiar.    Porém, ao fazerem isso, essas pessoas não só prejudicam-se, como também, afetam a outras. Segundo o estudo "aprendizagem em foco", a média salarial é diretamente proporcional ao nível de escolaridade. Sendo assim, apesar de contribuírem mais cedo com as despesas da casa, o indivíduo recebe menos que aquele que continuou os estudos. Além disso, o colégio é obrigado a reservar a vaga para o caso de retorno, impedindo que outros se matriculem e gerando despesas ao governo. Estima-se que cerca de 400 milhões são gastos anualmente com casos como esses, o suficiente para a construção de mais de 200 novas instituições.     Portanto, fica claro que a evasão escolar não é um problema particular e merece atenção. Para minimizá-la é preciso que o Ministério da Educação, em parceria com a escola, incentivem os professores a darem aulas contextualizadas e dinâmicas, através de cursos e bonificações decorrentes do resultado de gincanas de redação e matemática, por exemplo. Desse modo, mudando a realidade escolar, será possível mudar a sociedade brasileira, pois como dito por Immanuel Kant, é na educação que se encontra o segredo para a humanidade.