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Enviada em: 13/06/2017

Trabalho e Estudo:uma questão a ser enfrentada          Uma das facetas mais perversas das intensas desigualdades sociais que historicamente, acentuadas, sobretudo, com a recessão e a crise que se instauraram no país nos últimos anos pode ser verificada pelos cidadãos mais vulneráveis: as crianças. Neste contexto, a elevada taxa de evasão escolar é uma realidade perversa que, para a vítima gera o fim de qualquer perspectiva de futuro, com condições precárias de inserção no mercado de trabalho e, muitas vezes, a pobreza extrema. Já para a sociedade, o aumento da violência, a falta de mão de obra qualificada e o surgimento de um fosso cada vez mais presente entre aqueles que tudo podem e os que não têm qualquer opção.       O Filósofo Emmanuel Kant afirmava que o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Neste sentido, a evasão escolar é extremamente perversa, pois retira qualquer possibilidade de futuro, exatamente da parcela da população que deveria proteger – crianças e adolescentes carentes. Para compreender o problema deve-se perceber o mundo em que estas crianças vivem que as impele muito cedo a procurar formas de ajudar o sustento da família, seja pelo subemprego na agricultura ou indústria, ou ainda na informalidade vendendo produtos pela ruas. Pior ainda crianças, ainda na infância, entrando para o crime organizado, como nas favelas do Rio de Janeiro, para gerar algum retorno financeiro para a família.       Embora o problema seja cada vez mais grave e, uma solução ainda pareça distante, medidas foram tomadas para minimizá-lo. A criação de bolsas-família, que dão um suporte financeiro às famílias ,solucionou uma parte do problema, mas não foi feliz ao garantir uma inserção real destas crianças e adolescentes ao mercado de trabalho, dar-lhes uma qualificação que lhes dê uma alternativa real .             Desta forma, medidas se impõem para resolver esta questão, dentre as quais destacam-se: uma reforma educacional pelo Ministério da Educação, que analise seriamente a perspectiva da inserção do ensino técnico, garantindo a realização de estágios durante o curso, em parcerias com indústrias ou empresas da região, e a rápida absorção pelo mercado de trabalho; e a abertura de condições de trabalho do menor como aprendiz,devidamente fiscalizado pelo Ministério do Trabalho, garantindo-lhes o aprendizado de uma profissão e o prosseguimento dos estudos.       Finalmente, as Polícia Civil e Militar devem reprimir a exploração do trabalho infantil, garantindo aos infratores uma punição rigorosa.São medidas simples que, ao lado das bolsas-família, em locais de grande déficit social, poderiam dar um futuro melhor para estas milhões de crianças , que, por ora, não têm qualquer esperança.