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Enviada em: 01/07/2017

Carência nos transportes. Problemas Familiares. Renda per capita ínfima. Inserção dos alunos no mercado de trabalho informal : A realidade de milhares alunos brasileiros contrasta com o desenvolvimento técnico-educacional o qual é fator de ascensão numa sociedade capitalista. No entanto, se vê, no Brasil, embriões de planejamentos pedagógicos humanizados, como em Contagem-MG, e inerentes ao contexto socioespacial desestimulados . Com efeito, um  diálogo entre as Escolas e as comunidades locais é medida que se impõe para combater a evasão escolar.         Em primeiro lugar, é patente reconhecer a estruturação social, econômica e espacial brasileira. O  crescente processo de urbanização, do século XX, é desregulado, como na maioria dos países emergentes, o qual foi configurado a partir da centralização de investimentos infraestruturais, industriais, educacionais e tecnológicos nas grandes metrópoles. Nesse contexto, nas grandes cidades, a separação socioespacial adquire um viés econômico e político, que se apoia na territorialização e segregação de determinadas áreas, com serviços e infraestrutura de ponta, para com as sociedades de baixa renda. Tal mecanismo sociológico_ a gentrificação_ promove a pejoração dos subúrbios e precariza as condições de vida e de ascensão social , ao passo que a abrangência do Estado minimizada coatam a evasão escolar em função da manutenção da renda familiar.       A partir de tais pressupostos socioeconômicos, a educação deveria se planejar a partir da realidade social da comunidade. A instituição física educacional se compara aos grandes castelos medievais, que busca centralizar, impor sua força nos burgos e promover suas influências sob um ótica verticalizada e não interdependente. Assim, o  ambiente escolar não se instaura na realidade social, se institui apenas como uma casa murada, de imposição e sem afetividade e compreensão para com as dificuldades enfrentadas pelos alunos, os quais são vítimas de um processo de crescimento desordenado e desregulado pela nobilíssima e inteligentíssima elite política e pensante do país.      Fica evidente, portanto, que a evasão escolar é inerente às condições pela quais os alunos são submetidos, o que apoia a proposta de Paulo Freire : '' Seria ingênuo esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma educação que proporcionasse às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de maneira crítica''. Medidas se fazem necessárias, mas , para isso, a base da restauração deve partir da escola ao desenvolver uma educação humanizada e compreensiva, capaz de reconhecer a sua comunidade, estimular a participação familiar, agregar-se ao contexto social do aluno  ao promover ações de incentivo seja no âmbito da saúde ou da alimentação, seja no desenvolvimento técnico e universitário, promovendo-se assim, como  instituição, não de manutenção , mas a que abre as portas da ascensão.