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Enviada em: 02/07/2017

Armando os soldados            Segundo Nelson Mandela, a educação é a arma mais poderosa que o homem tem para mudar o mundo. Diante do atual cenário brasileiro, percebe-se que os soldados, os quais deveriam utilizá-la, não o fazem. Isso porque vêm crescendo o índice daqueles que abandonam a escola, razão pela qual a evasão deve ser encarada como o grande desafio de hoje.          Há que se considerar, antes de tudo, o papel da escola como mantenedora do problema. Com tantas tarefas e alunos para cuidar, não é difícil que muitas instituições de ensino, quando estão frente a casos de faltas constantes de estudantes, negligenciem essa situação, deixando de lado os motivos pelos quais um jovem se afasta da sala de aula. Com isso, fica cada vez mais complicado dimensionar a taxa de afastamento e, por conseguinte, evitá-lo.           Esse panorama fica ainda mais grave ao entender a maior causa de desistência. Diferente do que acredita o senso comum, o trabalho não é a motivação mais frequente, mas sim a falta de interesse por parte dos alunos, como evidenciou uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. Nos dias de hoje, é comum escolas em cujo lema é "diga-me tua nota e te direi quem és". Transformado em um número e obrigado a se adaptar a um padrão segundo o qual a excelência é medida pela pontuação nas provas, o aluno só quer uma razão para largar os estudos e o trabalho é, muitas das vezes, a desculpa ideal para isso.           Fica evidente, portanto, a necessidade de combater essa fuga dos acadêmicos do ambiente escolar. Para tanto, é de vital importância que essas instituições busquem acompanhar a frequência dos educandos e, quando detectarem alguma ausência constante, entrar em contato com os responsáveis, a fim de buscar explicações para o quadro e, na medida do possível, auxiliar na recondução do aprendiz ao centro de ensino. Dessa forma, ainda, a prevenção de outros casos semelhantes poderá ocorrer. Ademais, é importante que haja a reestruturação do sistema, a partir da qual os estudantes sejam estimulados a aprimorar seus talentos, por meio de aulas extra-curriculares as quais contariam como parte da avaliação, gerando a motivação de que eles precisam para continuar os estudos. Dessa forma, o Brasil terá, enfim, seus soldados armados para mudar o mundo, como queria Mandela.