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Enviada em: 29/06/2017

A escolaridade do brasileiro contemporâneo mostra-se reflexo do período colonial: jovens negros e pobres têm os maiores índices de abandono escolar, segundo dados do IBGE. Se a educação era negada aos escravos e dificultada aos pobres no período colonial, na contemporaneidade, estes grupos sociais enfrentam entraves para inserção social, com consequências que vão além da baixa escolaridade.       A educação faz parte dos direitos sociais garantidos pela Constituição brasileira. Na prática, porém, este direito não é expresso em sua magnitude. A evasão escolar é reflexo de outros problemas sociais, como trabalho infantil e gravidez na adolescência. Pobres, muitos jovens abandonam a escola para complementar a renda familiar com trabalho degradante. Sem acesso a métodos contraceptivos, grávidas, meninas são forçadas a abandonar a escola para iniciar novas famílias.       Como consequência, o ciclo reinicia-se: jovens têm sua vida escolar interrompida por problemas semelhantes aos enfrentados por suas famílias e comunidade.  O filósofo inglês John Locke afirma que o homem é como uma "tábula rasa" que é preenchida ao longo da vida. Nesse sentido, a educação se manifesta como agente capaz de favorecer a transmutação de condições sociais degradantes para condições mais justas e equânimes.       Depreende-se, portanto, a importância da educação no processo de libertação das antigas condições de subjugação e no processo de ascensão social. Sendo assim, cabe às escolas a implantação de métodos confiáveis de monitoramento de presença, como o reconhecimento facial eletrônico, que já é adotado em algumas instituições. Cabe ao governo a manutenção e aprimoramento de programas sociais, como o Bolsa Família, que complementa a renda e permite que os jovens permaneçam nas escolas. As escolas, em conjunto com a sociedade, devem conscientizar pais e alunos sobre a eficácia de métodos contraceptivos e acolher alunos em situação de risco.