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Enviada em: 02/07/2017

O Brasil hoje faz parte de uma lista de países em desenvolvimento, ou seja, tem apresentado um expressivo crescimento econômico. No entanto, quando voltamos o olhar para perspectiva social, nota-se que a realidade brasileira, no que tange a educação, por exemplo, não é motivo de orgulho. Nesse contexto, a questão da evasão escolar já ganhou lugar de destaque na agenda nacional; não obstante as estatísticas apresentarem uma melhora, ainda estamos muito aquém do ideal.     É preciso considerar, primeiramente, o modo de educação atual. A escola contemporânea remonta uma instituição de séculos passados – com as carteiras dispostas em fileiras, com os alunos divididos por séries e com aulas expositivas – a qual os estudantes, não raro, não conseguem criar uma relação entre o que lhes é passado na sala de aula e a sua aplicação fora dela. Dessa maneira, quando a vida do outro lado dos muros da escola se torna mais interessante e não há qualquer esforço para resgatar o brio do aprendizado, a evasão escolar configura uma realidade.     Todavia, por trás dessa lógica existe algo pior: quando um adolescente evade da escola toda a sua perspectiva futura está ameaçada, na medida em que, caso não volte a estudar, tem grande probabilidade de uma inserção precária no mercado de trabalho. Essa conjectura, comumente, é passada para as próximas gerações, uma vez que seus filhos tendem a abandonar a instituição, seja por desinteresse, seja por necessidade de trabalhar para complementar a renda da família. Observar tal cenário é se deparar com a urgência de ações necessárias.     Ainda, a questão da evasão escolar também passa pela forma como o Estado trata seus cidadãos, a medida que se contenta com as estatísticas apresentadas. Nesse sentido, anuncia-se com orgulho que X% das crianças estão matriculadas, esquecendo de pedir desculpas àquelas abandonadas que não usufruem dos seus direitos a educação. Nossa economia trata a população como se não fizesse parte de seus objetivos, mesmo tal ação sendo equivocada e pouco racional, já que o crescimento de um país passa pela educação de seu povo.     Torna-se evidente, portanto, que a questão da evasão escolar requer medidas concretas, e não um belo discurso. Desse modo, o Ministério da Educação pode reformular as diretrizes do ensino fundamental e médio, a fim de tornar a escola contemporânea uma instituição própria de seu tempo, na qual os estudantes reconheçam a importância do aprendizado escolar. Além disso, as próprias escolas podem criar um programa de acompanhamento personalizado para cada aluno, garantindo que ele conclua o seu ensino básico, a partir do continuo incentivo e do entendimento da importância que a educação tem para a formação de um ser humano.