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Ineficiente e desmotivante. Essas são adjetivações que representam o ensino público no Brasil. Segundo levantamento de 2017, da ONG Todos Pela Educação, são 2 milhões de crianças e adolescentes fora da escola, dos quais os jovens representam 1,5 milhões desse todo. Nessa perspectiva, a evasão escolar é um problema de todos, pois é responsável irrefutável da desigualdade social no país. Desse modo, deve-se analisar como a negligência do Poder Público bem como a influência de fatores socioculturais são empecilhos no caminho para o combate à evasão escolar. De fato, a negligência do Poder Público é um dos principais fatores que dificultam o combate à evasão escolar. Nesse contexto, tal situação acontece porque as ações do governo voltadas para a escola apresentam como intuito a garantia de votos. Dessa forma, a preocupação é muito maior com a quantidade se comparada com a qualidade do serviço. Assim, conforme citado no documentário Ausentes: evasão escolar no ensino médio, as escolas além de uma infraestrutura precária, assemelham-se a presídios, há falta de material bem com de funcionários. Além disso, os professores recebem baixos salários e enfrentam uma jornada semanal extenuante o que contribui negativamente para a qualidade das aulas e para o acompanhamento do processo ensino aprendizagem dos alunos. Ademais, existem inúmeros fatores socioculturais que contribuem para a evasão escolar. Sob essa ótica, segundo o relatório do PNAD/IBGE do ano de 2014, 52% de pessoas que não concluíram sequer o ensino fundamental estão na faixa de renda de R$436,00. A explicação para isso deve-se à valorização do trabalho em detrimento dos estudos entre a população mais pobre. Além disso, outros contextos como a discriminação (82% dos travestis deixaram a escola, segundo a OAB), a gravidez precoce, a distância da escola, a intimidação vexatória e o mais importante, a falta de apoio familiar na formação educacional do jovem. Todos esses são fortes contribuintes para a evasão escolar do jovem. Em suma, o caminho para o combate à evasão escolar exige ações de caráter multifacetado tanto da sociedade como do Poder Público. Para isso, o MEC deve implementar o programa de Volta para Escola além de desenvolver uma campanha publicitária e digital para engajar a sociedade sobre sua responsabilidade pela educação da comunidade. Com isso, espera-se que os cidadãos auxiliem o Programa incentivando alunos evadidos ao retorno à escola. Além disso, o apoio familiar é imprescindível para a volta dos jovens aos estudos. Os pais devem-se mostrar abertos a ajudar e a participar ativamente na vida acadêmica dos filhos regressos. É importante notar, também, que todos esses esforços são paliativos e não eximem a esfera governamental estadual e municipal de oferecer a valorização dos professores por meio de salários condizentes com a importância da profissão.