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Enviada em: 17/06/2018

Desigualdade virou comércio       A sociedade sempre foi seccionada entre os que detinham o poder aquisitivo e os que não, em algumas de forma clara, como na antiguidade existia a divisão em estamentos, outras mais atuais, onde essa partição só está velada. Ainda assim, não tão encoberta a realidade, onde 1% da população concentra a mesma riqueza que os outros 99% restantes. Portanto, a desigualdade nunca foi tão alarmante, não sendo sobre a falta e sim a respeito da distribuição que é feita do que já temos.        No Brasil, são desperdiçados 41 mil toneladas de alimentos por ano, segundo Viviane Romeiro, coordenadora de Mudanças Climáticas do World Resources Institute. Entretanto, segundo o IBGE, 7 milhões de pessoas passam fome no país. Por certo, o problema não é a ausência de alimentos. Esses dados são o exemplo mais nítido de como a causa é a forma como distribuímos os recursos no país e como tudo é voltado sempre para os que tem mais "dinheiro na conta".       Por conseguinte, as causas supracitadas geram consequências em todas áreas da vida em sociedade. A desigualdade criou o mercado do privado, se o indivíduo tem como arcar, sua saúde é privada, sua educação, lazer, segurança, transporte, criando essa lacuna com o público, que se encontra cada vez mais sucateado. Portanto, nada tem caminhado para a equidade, pois a diferença social alimenta uma rede enorme que não pretende abrir mão desse poder.       O Estado deveria garantir as condições mínimas para a sobrevivência de cada indivíduo, com a crescente demanda da população, os recursos podem não ser suficientes. Entretanto, uma medida discutida há tempos e que poderia ajudar nesse balanço de renda, é o imposto sobre grandes fortunas, que atualmente não são taxadas no Brasil de forma justa. Toda medida que deixe o país mais perto de uma equidade, não baseada só em valores é válida e necessária.