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Enviada em: 17/06/2018

Na Europa Medieval, houve uma grave crise de alimentos devido ao grande contingente populacional, levando muitos ao óbito. Hoje, embora os avanços tecnológicos tenham capacidade de abastecer todos os indivíduos, a problemática da fome ainda persiste em virtude da má distribuição, os dados são alarmantes: apenas em 2016, mais de 800 milhões de pessoas foram afetadas no mundo, segundo a ONU. Dessa forma, faz-se necessária a discussão das causas e efeitos desse impasse.        Primordialmente, é pertinente considerar que o principal fator desse panorama é a desigualdade social. Seguindo o ideário marxiano, no qual a economia decide os padrões do meio, é visível a raiz da fome ao associar a baixa renda monetária e os maiores acometidos por esse fato estarem nos países subdesenvolvidos, ou seja, sujeitos a alta concentração de renda.          Sob outro ângulo, é possível ainda avaliar a situação na esfera política ao analisar, conforme os princípios do filósofo John Locke, a omissão do poder público. Nesse âmbito, o homem nasce com direitos inalienáveis, como igualdade e vida, tendo o Estado dever de protegê-los. No entanto, a fome mostra que essa concepção não prevalece, manifestando-se pela carência de políticas e de reforma fundiária.         Além disso, é necessário reconhecer as consequências desse problema. A ocorrência de fatalidades fazem com que o país possa ser alvo de organismos internacionais, como a ONU e gera baixos indicadores sociais. Outrossim, com uma população desnutrida e propícia a doenças, aumenta-se a demanda por serviços hospitalares e medicamentos, o que representa mais gastos para o setor público a longo prazo. Destarte, esse impasse afeta negativamente a sociedade como um todo.           Em vista dos fatos supracitados, é preciso erradicar a fome. Por isso, cabe aos governos estaduais e municipais, através de uma parceria com o setor privado, como ação a longo prazo, construir escolas e cursos técnicos com professores qualificados para adequar os indivíduos aos empregos visando à mobilidade social e, consequentemente, distribuição de renda e dos alimentos. Ademais, cabe ao governo federal investir maciça e regularmente em programas sociais, como Fome Zero e Bolsa Família como medidas a curto prazo. Também é fundamental que o INCRA, em parceria com as polícias, realizem uma reforma fundiária em áreas improdutivas e fiscalizem rigorosamente e punam com multas exemplares àqueles que a desrespeitarem, com o fito de aumentar o acesso à terra e, assim, agricultura de subsistência.