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Enviada em: 18/06/2018

Segundo o sociólogo Zygmund Bauman, a desigualdade no mundo não diminuiu apenas mudou a sua natureza. Nesse contexto, o Brasil está entre os dez países mais desiguais do mundo, com mais de 16 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. Por um lado, as consequências oriundas da escravatura que permanecem até os dias atuais. Por outro lado, a má distribuição de rendas associada a altas tributações de classes menos abastadas.       O Brasil foi o país onde houve a maior escravização da história, com um fim tardio e sob pressão da Inglaterra, negligenciando aos negros escravizados quaisquer direitos indenizatórios e sociais. Dessa forma, o preconceito e discriminação a esses povos resultou na pobreza e e barreiras de ascensão social. Um exemplo disso, foi a Lei de Terras, criada para impedir que negros e pobres pudessem ter acesso a latifúndios e enriquecimento. Apesar das recentes políticas afirmativas, a expectativa é apenas três séculos após abolir o regime escravocrata haja equiparação salarial entre negros e brancos.       Outrossim, é importante destacar sobre as excessivas cargas tributárias entre as classe mais baixas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, famílias com renda de até dois salários mínimos pagam mais de 46% de impostos, equivalente a 153 dias trabalhados. Nesse sentido, a arrecadação deveria ser redistribuída em serviços públicos, como: saúde, educação, segurança e assistência social. Entretanto, a irregularidade e corrupção no sistema negligencia a garantia desses direitos aos cidadãos, o que corrobora para a concentração de renda, aumento da fome, pobreza e miséria.        Pode-se perceber, portanto, que a desigualdade no Brasil é uma adversidade a qual deve ser tratada na pluralidade por englobar múltiplos fatores. Diante disso, é imprescindível a atuação do Ministério do Desenvolvimento Social, através de políticas públicas fortalecer ações afirmativas, para promover a ascendência socioeconômica das populações menos favorecidas. Ademais, para solucionar esse impasse é fundamental que o Ministério do Planejamento repare o sistema tributário, com arrecadação mais justa e inclusão dos pobres no orçamento do governo. De tal forma, poderá ocorrer, de fato, a redução e não somente uma mudança na natureza da desigualdade, como disse Bauman.