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Enviada em: 28/06/2018

"Eu enterrei meus cinco filhos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim dos tempos", frase proferida por Agnolo di Tura, sobrevivente da crise que dizimou o século XIV, exprime seu desespero e sua angústia frente à fome que apossou-se dos anos 1300. Distante do parâmetro medieval, esse fato social ainda persiste no século XXI e causa danos irreversíveis no Brasil e no mundo. Assim sendo, é imprescindível que se discuta acerca de como o avanço industrial e a questão constitucional corroboram para a massificação da fome e da desigualdade social evidentemente presentes na atual conjuntura brasileira.     O advento da Revolução Industrial proporcionou a fome e a desigualdade entre a população europeia, que usufruiu do êxodo rural para se deslocar para as cidades em busca de emprego e melhores condições de vida. Contudo, a exploração trabalhista prevaleceu e esses operários viviam, em péssimas condições, para o trabalho fabril. Mais tarde, o mundo inteiro tornou-se industrializado e capitalista, o que obrigou os funcionários de fábricas e indústrias a se dedicarem exclusivamente ao trabalho para enriquecer os patrões e a consequência disso foi o agravamento da desigualdade social, confirmando a ótica de que o rico estava cada vez mais rico, e o pobre cada vez mais pobre.     Outrossim, destaca-se a questão constitucional como agente impulsionador da fome e desigualdade no Brasil. Isso se dá porque a lei maior que rege o país, a Constituição Federal de 88, assegura o bem-estar de todos os cidadãos, porém não propõe medidas para exterminar a problemática em questão, o que coopera para a permanência de um Brasil cada vez mais desigual. Segundo Aristóteles, a política deve ser a arte de fazer justiça e promover um contexto harmônico. Dessa forma, indo de encontro à teoria aristotélica, a legislação vigente deve propor medidas para garantir, na prática, a isonomia social que propõe teoricamente.    De acordo com Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir a ordem social. Portanto, este deve propor medidas que erradiquem o mapa da fome e desigualdade. Logo o Poder Legislativo deve buscar promover a igualdade social, por meio da elaboração de uma lei que faça com que os patrões aumentem os salários de seus funcionários, a fim de sanar a desigualdade social que ainda persiste no país, buscando maior equidade de renda. Ademais, ONGs engajadas com a causa devem encontrar pessoas dispostas a fazerem trabalhos voluntários, através dos veículos midiáticos, que possam oferecer refeições beneficentes para pessoas que sofrem com escassez de alimentos, visando acabar com a fome no Brasil. Assim, fatos sociais dessa espécie deixarão de fazer parte do cenário brasileiro e ficarão apenas no contexto da Europa medieval, e o país tornar-se-á mais justo e igualitário.