Materiais:
Enviada em: 05/11/2018

A fome e a desigualdade são grandes fantasmas em torno dos países em desenvolvimento. O país deixou o chamado "Mapa da Fome" em 2014, quando esse mal estava presente na vida de menos de 5% dos brasileiros. Contudo, em todo o mundo, esses problemas são interdependentes e persistem em pleno século XXI, em que a tecnologia revoluciona a produtividade de alimentos e de bens de consumo.        No caso da fome, percebe-se a má distribuição de alimentos. Ao ponto que em países desenvolvidos o desperdício e o excesso de lixo são problemas recorrentes, em países como a Eritreia e Burundi a fome é um problema grave que atinge o cotidiano de uma grande parcela da população. De acordo com a ONG Ação Agrária Alemã, o Brasil ainda tem apuração de "baixo" no Índice Global da Fome de 2014.        Contudo, é importante ressaltar que o índice avalia o país como um todo. Aqui surge a questão da desigualdade. No Brasil, de acordo com o Credit Suisse, o PIB médio é de até 25 mil dólares americanos por pessoa, o que é um número irreal. A concentração de renda em alguns indivíduos é próxima da fome de outros, o que expõe as mazelas sociais do país. Os abismos entre classes explicam a razão de que é provável que o Brasil retorne ao Mapa da Fome se não forem executadas políticas que efetivamente amenizem essa desigualdade.       Assim, verificada a relação íntima entre fome e desigualdade, o Estado deve atuar nas duas frentes, no curto e médio prazo, respectivamente. O Ministério do Desenvolvimento Social, em convênio com o Sistema S, deve promover a oferta de formação profissional aos beneficiários do programa Bolsa Família, bem como criar um canal de oferta de oportunidades de emprego. Assim, empresas poderão absorver mão de obra qualificada, possibilitando que os beneficiários gerem renda adequada para suas necessidades, contribuindo para um movimento virtuoso da economia, reduzindo desigualdade e afastando a fome. Dessa forma, por meio da inclusão social, é possível reduzir tais males persistentes no século XXI.