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Enviada em: 15/07/2018

Para o escritor britânico Oscar Wilde, que viveu no século XIX, época de grandes avanços do racionalismo, " O primeiro passo é indissociável à evolução de um homem e/ou nação". Nesse contexto, faz-se necessário sair da inércia e engendrar - cautelosamente - medidas cuja asserção seja combater a fome e a desigualdade social no século XXI. Em vista disso, torna-se essencial compreender esses problemas que têm colocado em risco o desenvolvimento pleno da sociedade.     Em primeiro lugar, combater a desigualdade social e a fome não se limita apenas ao plano econômico, mas sim cultural. Nesse sentido, a cultura individualista e gananciosa que rege a nossa sociedade tende a colocar xeque a nossa civilização. Isso porque os grandes abismos sociais, característicos do mundo contemporâneo, já não são algo surpreendentes, de modo que admite-se, explicita ou implicitamente, que são naturais e inevitáveis. Prova dessa situação está no fato de homens ou mulheres com seus carros importados, blindados e luxuosos, pararem nos sinais de transito para observarem, com naturalidade, meninos famintos efetuarem malabarismo com a intensão de obterem dinheiro para se alimentar. O problema, porém, não se resume a essa situação.    Outrossim, essa aclimação é de tal maneira evidente, que baixar o vidro de seus assaz belos carros para fazer uma doação não é um fenômeno constante. De maneira que esse narcisismo, no qual a constante observação e preservação da autoimagem é de tal modo constante, que buscar ajudar o outro parece fugir da nossa natureza. Em razão disso, pessoas morrem todos os dias, seja na África ou na América Latina, em decorrência da falta de um simples alimento. Não bastasse isso, a mídia sensacionalista expõe essa situação de miséria, visando lucrar e, consequentemente, acaba naturalizando essa situação. Dessa forma, essa ganância e alto preservação vai levar toda a sociedade de volta ao estado de natureza, que para Hobbes haveria guerra de todos contra todos, e, por ventura, não mais existiria carros importados, alimentos e, nem mesmo, a civilização ficaria intacta.    Urge, portanto, a proeminência de medidas para esse revés. Para tanto, cabe à mídia cumprir com a sua função social e, mediante filmes, novelas e propagandas publicitárias, expor os abismos sociais que regem a sociedade contemporânea, a fim de que haja uma dissolução da ideia auto preservativa e uma busca de cooperação inclusiva entre os membros da população. Ademais, compete ao Estados nacionais investirem em projetos como o brasileiro - fome zero - visando propiciar alimento para as pessoas mais carentes e, com isso, impedir que a sinaleira seja um local onde as diferenças sejam, constantemente, evidenciadas. Quem sabe assim, levantando pontos e debatendo ideias, seja possível uma vivência mais harmoniosa entre a sociedade.