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Enviada em: 21/08/2018

A Obra retirantes, de Cândido Portinari, é fruto da miséria que o autor presenciou durante o período da grande seca nordestina, em 1915, que levou a morte de milhares de pessoas. Como se não bastasse, em pleno século XXI, as mazelas sociais oriundas do subdesenvolvimento progrediram, fato comprovado pelos dados do IBGE, que estipulou que 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza. Nesse viés, constata-se que as raízes históricas e a falta de uma base educacional sólida impulsionam a problemática.   É sabido que a pobreza no brasil não é um fato meramente atual. Logo após a alforria, os negros ainda rejeitados pela sociedade e sem oportunidades dignas, formaram aglomerações de casas na periferia da cidade, conjunto popularmente conhecido como favela. “Seja o que Deus quiser, eu escrevi a verdade”, disse Carolina de Jesus, moradora da favela do Canindé e autora do livro “quarto de despejo”, obra que revelou as aflições sofridas por ela e aqueles que conviveram com a fome, exposta de maneira rija e consistente. Assim como ela e seu legado, milhões de brasileiros ainda passam pelas mesmas necessidades, fato diretamente ligado com o aumento da violência, falta de infraestrutura básica e desemprego.   Outrossim, destaca-se a educação como origem do impasse. De acordo com o sociólogo Émille Durkheim, fato social é uma maneira coletiva de pensar e de agir, dotada de generalidade, coercitividade e exterioridade. Seguindo essa linha de raciocínio, nota-se que a falta de acesso a educação rompe essa harmonia, já que 27 % da população brasileira é analfabeta funcional, fato que sofre progressão geométrica ao passar dos anos, de forma a dificultar a inserção social no mercado trabalhista. Consequentemente, as desigualdades sociais se fundem com a necessidade de renda financeira, sendo esse, o principal estopim para o mundo do crime   Torna-se evidente, portanto, que a problemática apresenta uma forte ligação com as raízes do passado. Dessarte, o poder legislativo deve efetivar a emenda constitucional vigente, promovendo as condições minimas que os direitos humanos asseguram para o bem estar, como saneamento básico e alimentação. Segundo o pedagogo Paulo Freire, a educação muda as pessoas e essas mudam o mundo. Sendo assim, o MEC deve instituir palestras ministradas por psicólogos em zonas periféricas, a fim de incentivar o maior numero possível de matriculas escolares desde a infância. Com isso, é esperado que os índices decresçam e a homeostase social por fim se estabeleça