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Enviada em: 21/08/2018

O lema positivista da bandeira brasileira "Ordem e Progresso" soa irônico para uma população que, em sua maioria, se encontra desinformada frente aos demais problemas sociais que afligem a nação. Tal alienação implica em uma crise de valores éticos e morais, que influenciam justamente no desigual direito à alimentação. Ocasionando isso, há a falta de solidez nas relações humanas, atualmente, e um modelo capitalista segregacionista. É necessário uma análise crítica acerca dessa problemática vigente no país.     Em primeiro plano, é importante ressaltar o conceito de "modernidade líquida" vivida no século XXI, a qual o sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma ser um conjunto de relações superficiais e apáticas, caracterizadas pelo individualismo e egocentrismo do homem. Porém, o mundo contemporâneo necessita de solidez, ou seja, empatia e humildade para lidar com as emblemáticas humanitárias, como a fome. Afinal, tal questão atinge quase metade da população brasileira, que se depara em uma realidade nada promissora e injusta, com a má distribuição dos direitos básicos entre todos, englobando a segurança à alimentação.     Outrossim, como tinha observado o filósofo e sociólogo Karl Marx em sua obra "O Capital", o modelo produtivo capitalista gera coercitividade e desigualdade ao herdar de modelos passados o pressuposto de um grupo social privilegiado comandar, e outro desfavorecido ser comandado. Sendo assim, enquanto houver no mundo atual tal segregação e uma população à margem da sociedade, ou seja, despadronizada, continuará existindo milhares de crianças nascidas sem perspectivas futuras e com condições nutritivas péssimas, que aumentam, consequentemente, a taxa de mortalidade infantil brasileira.     A marginalização e a falta de amor ao próximo, juntamente à crise de valores éticos e morais, portanto, devem ser superados. Para isso, as ONG's locais, de segurança alimentar, devem realizar atividades lúdicas e acessíveis em espaços públicos, por meio de incentivos fiscais, para todos os estudantes da região e por meio da ampla divulgação nas redes sociais, a fim de ensinarem noções de empatia e humildade. Concomitantemente, as escolas, públicas e privadas, devem realizar estudos do meio mensais pelos bairros mais próximos, distribuindo quentinhas, feitas pelos alunos, aos moradores de rua. Dessa forma, o corpo social evolui em sua conduta, e o esclarecimento quanto a modificar certas ações tem papel protagonista nesse cenário.