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Enviada em: 22/10/2018

Na Antiguidade, um dos mecanismos de controle social era a fome e a hierarquização, isso porque após o descobrimento da agricultura, a produção de excedentes passou a ser comum e alguns indivíduos, ao conquistarem posições de liderança, controlavam os alimentos. Do mesmo modo, em pleno século XXI, muitos ainda passam fome no Brasil e a desigualdade social atinge níveis cada vez mais elevados, seja pela ineficiência das políticas de redução de concentração de renda, seja pela omissão do Estado.        É relevante abordar, primeiramente, que de acordo com o jornal "El País", somente no Brasil quase trinta por cento da riqueza total da nação está nas mãos de menos de um por cento dos habitantes do país. Assim sendo, observa-se não apenas uma má distribuição econômica, como também, que as políticas de transferência de renda do governo federal surtem pouco efeito ou não alcançam aqueles que verdadeiramente precisam. Atualmente, o Ministério da Fazenda tributa os indivíduos que recebem determinadas quantias anuais com a justificativa de reduzir a desigualdade social, mas apenas isso, como pode-se observar, não basta para resolver o problema. O principal motivo do insucesso da política nacional, conforme a própria Receita Federal sugere é a sonegação de impostos, logo é fundamental que a população com maior poder aquisitivo compreenda que essa obrigação fiscal visa ao bem social da nação ao combater a fome e reduzir a distância entre as classes.        Convém lembrar que o gigantesco país da América Latina não faz parte do mapa da fome. No entanto, isso não significa que a população tenha alcançado uma boa qualidade de vida, assim como não se pode afirmar que a desigualdade reduziu. Recentemente, uma reportagem emitida pelo jornal "Hoje" da emissora de televisão Globo, denunciou que uma considerável parte das habitações não possuem saneamento básico e água tratada. Ainda de acordo com a matéria, a ausência desse direito constitucional torna as crianças mais vulneráveis à doenças que podem levá-las à morte. Assim sendo, constata-se que a postura comedida do Estado contribui para que essa injustiça social persista no Brasil.        Portanto, urge que o Estado, por meio de envio de recursos ao Ministério do Saneamento Básico invista em obras de tratamento de esgoto e rede geral de distribuição de água nas cidades, com o objetivo de promover o conforto da população e, também, para proporcionar igual condição de vida para todos os brasileiras e brasileiras. Além disso, a realização da oferta desse serviço fundamental mostrará para o contribuinte que seu imposto foi bem utilizado, o que, por sua vez, irá restabelecer uma relação de confiança entre o governo e a população, com o intuito de evitar comportamentos corruptos.