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Enviada em: 18/10/2018

A obra intitulada "A morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstói, discorre a respeito do individualismo. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre os problemas socias da contemporaneidade, como, fome e desigualdade, a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre equidade de direitos e integridade humana.   Considera-se, antes de tudo, como a crise que a nação brasileira enfrenta reflete ativamente no agravamento do quesito abordado.  Falta de investimentos e subsídios para indivíduos carentes na área da educação e saúde são uma das mais notáveis características que ratificam um âmbito civil marginalizado. De acordo com o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" corrobora a implementação de âmbitos morais. Nesse contexto, a máxima postulada por Habermas caminha em sentido retrógrado ao tratar-se da conduta governamental, uma vez que a má gestão contribui para o fortalecimento dos impasses sociais. Afinal, a situação caótica no setor político e econômico brasileiro dissimula um fértil terreno para a perpetuação das mazelas e desigualdades.     Analisa-se, também, que a superação da problemática, apesar de crucial, não é prioridade. Segundo o sociológo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela efemeridade e fluidez das relações. Dessa forma, o legado de Bauman dissimula um fértil terreno que contextualiza a temática abordada, dado que a exclusão, segregação, má distribuição de renda e supressão de direitos básicos moldam uma notória ausência de empatia e falta do senso de coletividade. Tal fato é corroborado ao citar os dados veiculados pelo jornal "El País", no qual mais de 13 milhões de pessoas ainda passam fome no Brasil. Assim, é notório o vigoramento de uma ótica dominante que perde a oportunidade de gerar isonomia e dignidade.    Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar viável a respeitabilidade geral, bem como a uniformidade dos direitos sociais e civis. O Ministério Público, junto às ONGs, deve investir e fiscalizar as leis já existentes, na tentativa de cumprir e punir quem infringir o legislativo, seja por meio da criação de políticas públicas para os mais pobres com vales para alimentação, escolas, oficinais de teatro, dança, música, espaços de lazer, hospitais e creches com profissionais e equipamentos adequados, além do mapeamento com a utilização tecnológica para cadastrar famílias necessitadas de amparo em programas que garantam assistência na renda, utilizando o dinheiro dos impostos para que tais propostas sejam efetivadas. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, difunda uma cultura de criticidade, por meio do uso de dados, matérias jornalísticas, documentários e jornais. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.