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Enviada em: 26/10/2018

De acordo com estudo da Oxfan, ONG britânica, 1% da parcela mais rica da população mundial detém mais recursos financeiros que os 99% restantes. O Brasil não foge dessa regra e tal concentração de renda cria verdadeiros abismos sociais. Desde 2014 O Brasil não figura mais no Mapa da Fome, contudo, isso não quer dizer que brasileiros não convivam diariamente com tal fantasma.  Problemas como a natureza predatória e egoísta do capitalismo e a falta de ações estatais para a distribuição igualitária de renda agravam ainda mais esse quadro.       O sistema econômico capitalista já possui nos códons de seu DNA os nucleotídeos da desigualdade social. De acordo com entendimento do sociólogo pós-moderno Zygmunt Baumam, o homem contemporâneo não segue mais os padrões fixos e duradouros do passado, agora tudo é liquido, volátil, uma verdadeira busca pela felicidade instantânea. Com isso, fica latente a necessidade de se quebrar tal círculo vicioso capitalista, em que a busca egoísta e desumana pelo capital provoca abismos sociais entre os cidadãos.       O Imposto sobre Grandes Fortunas, previsto na Carta Magna brasileira, aguarda há mais de trinta anos uma legislação complementar para sua aplicação efetiva. Tal fato, explicita a inação do Estado no combate à concentração de renda e na promoção de sua distribuição igualitária. Desmond Tutu, ganhador do Nobel da Paz de 1984, afirmou que: "se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado opressor". Logo, o governo,como protetor de seus cidadãos, deve buscar soluções para uma melhor distribuição de renda, pois não pode fica inerte perante tamanha injustiça.       Portanto, fica nítido o papel do poder público em combater a concentração de renda causada pelo capitalismo, que cria verdadeiras fossas abissais entre os diferentes estratos sociais. Com isso, o Estado irá promover uma melhor distribuição de renda e garantirá a seus cidadãos acesso aos direitos previstos no artigo 6º da Constituição Federal, dos quais se destaca o acesso a alimentação. Como medida profiláctica para melhor distribuição de renda e combate a fome o governo deve, através de parcerias com ONGs e Redes de Supermercados, promover o aproveitamento de alimentos perecíveis que seriam descartados pelos mercados, bem como, alimentos próximos ao vencimento. As ONGs, através de trabalho voluntário e filantrópico, organizariam cestas que seriam distribuídas mensalmente às famílias mais carentes. O Estado premiaria os estabelecimentos comerciais participantes com incentivos fiscais e as famílias carentes teriam acesso a uma alimentação de qualidade de forma gratuita, o que proporcionaria o investimento de seus proventos em outros setores da economia.