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Enviada em: 22/02/2019

Segundo o pensamento malthusiano, o crescimento da população é representado em uma progressão geométrica, enquanto, o da produção de alimentos é demonstrado em uma progressão aritmética. Assim, mediante a esse posicionamento, em um futuro próximo a fome seria algo inerente na sociedade hodierna. Contudo, no atual cenário social o que se percebe é um contexto diferente; a fome não necessariamente é promovida pela escassez de alimentos, mas principalmente pela desigualdade social.           Em primeiro lugar, conforme o filósofo Henrique de Lima, a modernidade se assenta no enigma de uma civilização tão avançada em suas razões teóricas, mas tão indigente em suas razões éticas. Isso se observa-se, por exemplo, que apesar das inúmeras conquistas dos direitos humanos no decorrer dos séculos, a fome ainda continua sendo uma realidade. Dessa forma, uma conjectura que se respalda no quadro de que, mesmo a Constituição Cidadã declarando a alimentação como direito basilar, mais de treze milhões de brasileiros passam fome, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consoante a isso, uma conjectura que é eticamente incompreensível.          Outrossim, compreende-se que a questão da fome está intrínseca com a problemática da desigualdade social, quadro esse sustentado, principalmente, pelo sistema capitalista. Dado que, segundo o Geografo Milton Santos, esse modelo econômico apresenta-se no seculo XXI gerido pela "globalização perversa", a qual enxuga a ação do Estado com intuito de privilegiar o mercado financeiro. Entretanto, o que promove é a desvalorização do próprio homem, já que o centro das motivações nesse sistema é o lucro e não ideais de igualdade e fraternidade. Diante disso, em um jogo em que as regras não são sentimentos nobres, a ultrajante desigualdade social irá permanecer e por conseguinte, a fome.           Portanto, para mudar esse quadro, é imprescindível que as instituições educacionais venham, por meio de atividades de extensão, realizar ações sociais em que os alunos visitem  as comunidades mais carentes, somado com gincanas escolares, em que uma das provas sejam  recolher  alimentos perecíveis  para serem doados nesses locais, a fim de que essas atitudes demonstrem ao tecido social a necessidade de suas ações serem respaldadas na ética, a partir do convívio com a sociedade. Ademais, cabe as ONGs pressionarem  o Estado, mediante a passeatas e manifestações, sobre a urgência desse órgão exercer a sua função de promoção do bem- estar social, como a valorização e expansão dos sistemas públicos, para que assim, mitigue os efeitos da "globalização perversa" . Desse modo, possa coibir a desigualdade social e por conseguinte, a fome.