Enviada em: 13/08/2019

No livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, é retratada a história de Fabiano e de sua família, que tentam fugir da seca e da miséria, no sertão nordestino. Nesse contexto, a obra tem uma verossimilhança com a realidade, de fome e desigualdade social, presente no Brasil. Dessa forma, a sociedade vigente, do século XXI, vivência uma disparidade na alimentação, seja pela desigualdade econômica, seja pela concentração de terras.   Mormente, sabe-se que a desigualdade é um problema global, que fomenta a discrepância na alimentação das pessoas. Com base nisso, o filme "O menino que descobriu o vento" apresenta a história de um vilarejo, em Malawi, que passou por um período de seca, logo, a comida se tornou escassa e cara, por conseguinte, as pessoas mais pobres não conseguiram se manter nutridas. Nesse sentido, o Brasil tem um cenário análogo, pois mesmo que o país tenha saído do mapa da fome, em 2014, ainda há indivíduos na situação de subalimentação, principalmente, por causa da desigualdade monetária, que impede de ter uma alimentação de equidade. Sendo assim, é notório que a desnutrição é um óbice mundial.   Em segunda análise, nota-se que desde o Brasil colonial há uma grande concentração de latifúndios, que se perpetua até a contemporaneidade. Sob tal ótica, esse problema está diretamente relacionado à fome, porque os grandes latifúndios são monocultores de exportação, enquanto os pequenos e médios agricultores são responsáveis pela diversidade alimentícia do mercado nacional. Além disso, cerca de 1% dos proprietários detêm de 46% do território do país, segundo a comissão pastoral da terra, o que enfatiza a concentração de terras, hodiernamente. Assim, torna-se evidente que essa centralização, na posse de poucos, salienta a desigualdade no país.   É mister, portanto, que o Estado tome providência para amenizar esse problema. Logo, cabe ao Ministério da Cidadania, junto com os Governos Estaduais, que invistam, por meio de verbas públicas, em um auxílio à cesta básica para as famílias abaixo do nível da pobreza, para que possa atenuar a desnutrição vigente em uma parcela da população. Somado a isso, é importante que o Ministério da Economia crie um projeto de investimento para os pequenos agricultores, através de verbas públicas e subsídios privados, para que eles consigam desenvolver suas fazendas e diversificar a alimentação nacional. Por fim, o objetivo é propor uma alimentação de qualidade à toda nação, para que a miséria sofrida por Fabiano e sua família não se perpetue.