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Enviada em: 19/10/2017

Há cerca de 5000 anos, o Império Inca se estabeleceu na América Latina e o critério de  soberania para eles era a alimentação total da população e, até hoje, acredita-se que ninguém teve esse direito negado na época. Em contrapartida, o Brasil e o mundo, principalmente países africanos e asiáticos que sofrem conflitos internos, voltaram a ver no último ano o aumento da fome e a continuidade da desigualdade social. Essas mazelas são frutos do egoísmo social e da manutenção do interesse capitalista de investir apenas no que gera lucro.       Em primeiro plano, como disse Darcy Ribeiro, antropólogo brasileiro que lutou pelos indíos e pela educação no país, "nossa elite possui uma perversidade intrínseca de um povo que tardou para findar o escravidão, que a torna enferma de desigualdade e descaso". Esse fato torna-se evidente ao avaliar casos como o do atual presidente do Brasil que aprovou emendas com o capital público em troca de uma votação contrária a sua investigação, ou seja, com interesse puramente pessoal, enquanto o aumento da fome no país está levando outros políticos a optarem pela fabricação de uma "ração humana", pobre em nutrientes, segundo nutricionistas, e com alimentos de validade duvidosa, pois, não garantem que haverá fiscalização na produção.       Além disso, não há vantagens econômicas à elite solucionar problemas como a fome ou a desigualdade social, pelo contrário, pois ambas ameaçam a concentração de renda na mão dos mais poderosos. Em caminho oposto seguem os detentores do poder ao, por exemplo, tentarem reduzir os direitos trabalhistas garantidos na Constituição 1988, mudança que aumentaria ainda mais a desigualdade social e as garantias que a população ainda possui de conseguir, no mínimo, adquirir uma cesta básica para a família. Além disso, o descaso com  países como a maioria dos da África, que tiveram seu povo explorado por toda a sociedade escravista e, posteriormente, na neocolonização, suas terras, demonstra que princípios dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas só tem validade se atingem os países desenvolvidos, como foi possível notar comparando as manifestações sobre os atentados em 2016 à Europa com os que estão ocorrendo em 2017 na Somália, nos quais o número de mortos já passou do dobro dos anteriores.       Em suma, medidas são necessárias para reverter o problema. Ao Governo Federal em parceria com universidades das regiões, cabe investir em projetos de alimentação adequados, com distribuição de cestas básicas em áreas pré-avaliadas por estudantes das áreas de assistência social e da saúde. Além disso, cabe a mídia divulgar os conflitos pelo mundo, sem exclusões, em busca de promover com a população doações para minimizar as mazelas da fome e da desigualdade social.