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Enviada em: 20/10/2017

A desigualdade social brasileira e a escassez de alimentos são problemas históricos herdados do modelo de exploração adotado no período colonial. Desde então, isso tem reduzido, principalmente, a partir de 2003, com a implantação de políticas assistencialistas, voltadas ao combate à miséria, como o Programa Fome Zero. Contudo, hoje, após três anos em que o Brasil saiu do mapa mundial da fome, uma reportagem do O Globo, em 2017, afirma que esse antigo dilema persiste. Nesse âmbito, dois aspectos se fazem relevantes: a má distribuição de recursos e a não capacitação da mão de obra.      Em primeiro lugar, vale ressaltar que em 1950 ocorreu a Revolução Verde, nos Estados Unidos e na Europa, que expandiu a agricultura, tornando a produção de alimento suficiente para a população mundial. Todavia, a distribuição desigual desse produto gera um paradoxo, visível no Brasil, de modo que cidadãos ricos, moradores de regiões desenvolvidas, comem exageradamente, gerando a obesidade. Enquanto, outros mais pobres, que vivem no sertão nordestino, por exemplo, não tem acesso ao básico para a sobrevivência. Dessa forma, cabe destacar que os programas brasileiros de assistência são limitados, porque não atacam as causas primitivas do dilema, como a má gestão dos recursos, a corrupção e a concentração de renda nas mãos de uma minoria.     Por outro lado, é fundamental lembrar que a qualificação profissional, por meio da educação, é o principal caminho melhorar a condição de vida, e assim combater a miséria. Isso, uma vez que, ela visa elevar o trabalhador de cargo, o que consequentemente aumenta a sua renda. No entanto, a maioria dos cidadãos desfavorecidos não tem acesso a uma formação técnica eficaz, de forma que, mesmo com a assistência governamental, têm dificuldades para se sustentar. Diante disso, o educador Paulo Freire afirmava que se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda, por isso, é preciso haver uma estratégia educacional eficaz, que visa qualificar a mão de obra.        Fica evidente, portanto, a necessidade de haver medidas para combater esse problema. Logo, cabe à Receita Federal, junto com a Controladoria-Geral da União, fiscalizar com mais rigor a cobranças dos tributos federais, de modo a evitar a sonegação de impostos e o desvio de verbas. Isso precisa acontecer para fazer com que os recursos sejam distribuídos de forma similar, entre os brasileiros. Já o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria com entidades, como o SENAC e SEBRAE, deve garantir a capacitação de mão de obra. Isso tem que ocorre, por meio da exigência da entrada dos beneficiários dos programas sociais, como a Bolsa Família, em cursos profissionalizantes gratuitos. Assim, a solução desse dilema, é oferecer condições para que o cidadão se sustente, por intermédio de um trabalho e uma remuneração digna.