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Enviada em: 23/10/2017

No limiar do século XXI, com advento da histórica divisão internacional do trabalho, houve uma acentuação da desigualdade social entre os países e consequentemente, o crescimento da fome em escala global. Tais problemáticas tem ligação entre si e suas causas consistem sobretudo na industrialização tardia de algumas nações e da intensa concentração de renda nas "mãos" de uma minoria privilegiada.   É inegável que as potências mundiais da pós modernidade foram pioneiras no processo de instauração do regime industrial. Ademais, nações hoje denominadas subdesenvolvidas serviram e servem, em sua maioria como fornecedoras de commodities para as desenvolvidas, ou seja, produtos com baixo valor agregado e como compradoras de mercancias de alto valor comercial. Neste contexto, o capital esvaído dos países de "primeiro" mundo era e é ínfimo se comparado ao montante de dinheiro que entra em seus cofres, dando origem à injustiça social no âmbito das nações. Nestas circunstâncias, a frase de Ariano Suassuna na qual o mesmo afirma ser a desigualdade social um problema cujas motivações são seculares é confirmada.   Outrossim, é evidente que as constatações citadas anteriormente acarretam em uma intensa concentração de riquezas, porquanto os países desenvolvidos, há séculos possuem uma balança comercial favorável, que é, em termos resumidos, arrecadar mais do que gastar e os não desenvolvidos, que possuem a maioria da população do planeta, uma balança comercial deficitária. Segundo dados da ONG britânica Oxfam, a maioria das pessoas fica com apenas 5,5% das riquezas mundiais, fato este, reitera a péssima divisão dos recursos. Neste enquadramento, torna-se passível a observação de que resta pouco capital para muitos  indivíduos e a consequência imediata deste cenário é a falta de alimentos e por conseguinte a fome em nível mundial.    Dessa forma, por se tratar de um desafio premente a ser transposto e cujos alicerces foram fixados há anos, é imperativo que as nações em desenvolvimento unam-se em blocos econômicos com objetivo a aumentar seu poderio financeiro e sua participação na economia global. É imprescindível que as empresas pratiquem a multinacionalização de modo a criar unidades em diversos locais do globo com intento de diminuir a concentração industrial e de renda. Por fim, é nevrálgico que organizações do terceiro setor aumentem sua atuação em países pertencentes ao mapa mundial da fome no intuito de amenizar este imbróglio.