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Enviada em: 24/10/2017

Desde o final do século XVIII, com o início da primeira fase da Revolução Industrial e consequente êxodo rural em direção aos grandes centros urbanos, a desigualdade social tomou proporções enormes pelo mundo, tendo como uma das principais consequências a fome. Esse problema torna-se ainda mais grave em países pouco desenvolvidos, como o Brasil, onde a persistência da miséria figura como principal entrave ao progresso da nação. Historicamente, a desigualdade brasileira remonta aos tempos do colonialismo e do Império, com a lamentável exploração da mão-de-obra escrava, período que reflete negativamente até os dias atuais. Para reverter este quadro desigual, governantes focaram em projetos sociais para distribuição de renda e redução da miséria no país, com grandes avanços conquistados nas últimas duas décadas. De acordo com a FAO, órgão vinculado à ONU e relacionado à segurança alimentar, a pobreza extrema no Brasil foi reduzida em 75% entre os anos de 2001 e 2012. Entretanto, apesar da adoção de medidas para erradicação da pobreza e da fome, a crise econômica que assola o país nos últimos quatro anos trouxe um grave retrocesso. As altas taxas de desemprego, em consonância com o forte contingenciamento dos gastos governamentais na área social, fez com que parte da população retornasse à condições precárias de vida. Segundo relatório da ONU, há grande possibilidade, ainda neste ano, do Brasil voltar a figurar no Mapa da Fome - levantamento realizado pelo órgão que identifica países em vulnerabilidade alimentar. Nesse sentido, fica evidente que o combate às desigualdades passa pela revisão da forma com a qual o Estado arrecada e distribui seus recursos. É preciso, portanto, que os investimentos em programas sociais sejam retomados e incrementados, de modo a devolver condições dignas para a população mais vulnerável socialmente. Assim, será possível reduzir o abismo entre pobres e ricos e, consequentemente, possibilitar o acesso a uma alimentação satisfatória para toda a sociedade.