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Enviada em: 30/10/2017

Por um lado, a globalização permitiu o encurtamento das distâncias do globo e um maior intercâmbio cultural entre os mais diversos povos. Por outro lado, esse fenômeno também foi responsável pela ampliação das desigualdades sociais em escala planetária, haja vista a falta de alimentos crônica que ainda atinge os países subdesenvolvidos. Com isso, surge a problemática da fome no mundo hodierno, que persiste devido a fatores socioeconômicos e morais.    É indubitável que a má distribuição da produção mundial de alimentos esteja entre as causas do problema. Conforme ideário marxiano, a economia e o capital determinam a estrutura da sociedade. Desse modo, depreende-se que as empresas do ramo alimentício fornecem alimentos predominantemente aos países ricos e industrializados, onde o fluxo de capitais é maior e o potencial de lucros, mais elevado. Por conseguinte, grande parte da África e da Ásia é ignorada pelo mercado de alimentos, pois seus habitantes possuem baixo poder aquisitivo, o que resulta na escassez de comida nessas regiões.    Outrossim, destaca-se a falta de empatia para com a população pobre dos países subdesenvolvidos como impulsionadora da problemática. Na obra "Modernidade Líquida", o sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma que o individualismo é uma das principais características - e o maior conflito - da pós-modernidade. Dessa forma, não há preocupação entre os habitantes dos países abastados em mudar a situação das nações pobres, pois estes se importam somente com seus próprios problemas, ignorando as mazelas do mundo em desenvolvimento. Consequentemente, os privilegiados comem de forma demasiada, desperdiçam um terço dos alimentos que compram e sofrem com problemas de saúde relacionados ao excesso, como a obesidade e a diabetes, ao passo que milhões de pessoas ao redor do mundo se encontram em condições miseráveis, sofrendo com a falta de alimentos, a desnutrição e a fome crônica.    Torna-se claro, portanto, que a carência de alimentos e a subnutrição precisam ser combatidas. Nesse sentido, cabe às grandes empresas do setor alimentício tomarem responsabilidade por esta situação, através do fornecimento gratuito de uma pequena parte de sua produção aos países mais pobres, a fim de reduzir a escassez severa de alimentos. À sociedade civil, por sua vez, compete sensibilizar a população dos países ricos, por meio de campanhas televisivas contra o desperdício de comida e que incentivem a realização de doações para ONGs que atuem no combate à fome. Dessarte, fazendo da globalização uma aliada, poder-se-á amenizar a falta de alimentos e a fome no mundo.