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Enviada em: 31/03/2018

Típico da primeira geração modernista, o poema " O bicho", de Manuel Bandeira, ainda choca ao retratar um ser humano em estado de calamidade comendo lixo. Hodiernamente, situação análoga acontece no Brasil e no mundo, onde índicies de fome e desigualdade social, infelizmente, ainda permanece a existir. Dessa forma, é essencial uma análise acerca das razões históricas e conômicas que corroboram para tal problemática.  Em primeira instância, é importante notar que a concentração fundiária, advinda do período pré-colônial, é um fator preponderante na manutenção das desigualdades sociais. Nesse sentido, a posse de terras continua mantendo-se nas mãos de uma pequena parcela populacional desde o século XV. Tal fato é perceptível a partir de dados que indicam que somente 10% da população detém cerca de 50% de todas as terras nacionais. Contudo, dessas, grande parte é composta de áreas inativas socialmente. Desse modo, o corpo social outrara descrito pelo sociólogo Émile Durkheim - que compara esse a um corpo biológico -, perde seu equilíbrio.  Outrossim, desde a ascenção do sistema capitalista, o mundo vem demasiadamente priorizando produtos em detrimento de valores humanos essenciais. Em virtude disso, aquilo que não gera lucro é ignorado e dessa maneira torna-se invisível perante a sociedade, tal como acontece àqueles abaixo da linha da pobreza. Assim sendo, os direitos civis propostos na Magna Carta brasileira de 1988 é rompido, e uma cidadania plena, aliada a uma sociedade justa, parece cada vez mais utópica.  Torna-se evidente, portanto, que a fome e a desigualdade ainda assolam todo o planeta, sendo necessária, então, que se recorra a agentes sociais. Sob esse aspecto, o ministério do desenvolvimento social e combate a fome, deverá, através de subsídos com grandes donos de terra, utilizar as terras socialmente inativas para a plantação e colheita de alimentos essenciais à subsitência humana com a finalidade de distribuí-los entre os carêntes. Somente assim, aliados a projetos sociais já existentes, a longo prazo, os "bichos", a quem se referiu Bandeira, sejam consideravelmente diminuídos.