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Enviada em: 07/04/2018

Extenso território. Solos férteis. Concentração fundiária. Fome. Desperdício. Eis a conjuntura dicotômica que assola a realidade do cidadão brasileiro. Seja por herança colonial ou má administração e descaso governamentais, a fome e extrema pobreza se mostram presentes na vida de 22% da população, segundo o IBGE.       Primordialmente, é inegável os efeitos da colonização portuguesa no Brasil. A grande quantidade de terra na mão de poucos é um legado das capitanias hereditárias, ainda característica do perfil atual do espaço brasileiro. Ademais, o desenvolvimento tardio e a dependência econômica atuam como empecilhos no combate à fome e pobreza, vide que estes fatores estão ligados diretamente a um atraso tecnológico.       Em segunda instância, a crescente negligência no que tange às políticas assistencialistas é outro obstáculo. O congelamento dos gastos públicos e o corte de beneficiários do Bolsa Família são medidas regressivas, ao passo que tiram a possibilidade de ascenção econômica e social. Além disso, o desperdício de 41 toneladas de alimentos anualmente no Brasil, segundo o Mudanças Climáticas do World Resources Institute, manifesta que o embargo não é a falta de alimentos, mas sim a distribuição irregular dele.       Mediante o elencado, é imprescindível que o Governo Federal, atrelado ao Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, invistam em distribuições fundiárias mais justas das terras que não cumprem sua função social, promovendo uma reforma agrária. Ao mesmo tempo, é crucial o incentivo à agricultura familiar como alternativa à fome. Conjuntamente, é indubitável a importância da aliança entre ONGs e escolas, a fim de promover doações de alimentos não perecíveis direcionadas às famílias mais necessitadas. Assim, ver-se-á uma mudança nos dados e no comportamento social, tão urgente no hodierno cenário.