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Enviada em: 15/05/2018

Segundo Karl Marx, filósofo alemão, as transformações ao longo da história ocorriam quando as contradições inerentes ao bom funcionamento da sociedade se tornavam insustentáveis. Nesse sentido, hodiernamente, os empecilhos da gestão dos resíduos no Brasil, seja pelo consumo exagerado da população, seja pela ineficiente estrutura das políticas públicas, corroboram para as contradições no desenvolvimento sustentável da sociedade, haja vista seus graves entraves no meio ambiente.        Em uma primeira análise, é factível que o avanço do consumo desenfreado da população, contribui para os obstáculos na logística dos resíduos no Brasil. De acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, o indivíduo incorpora, naturaliza e reproduz modelos e padrões impostos a sua realidade. Nessa perspectiva, alicerçado em um meio social coercitivo na influência de uma "cultura industrial", os indivíduos tendem a consumir cada vez mais, repercutindo na maior necessidade de exploração dos recursos naturais, bem como proporciona uma maior quantidade de lixo que volta como nocivo ao país. Sobre esse ângulo, percebe-se uma relação de proporcionalidade entre o consumo e a quantidade de lixo, evidenciando o quanto a gestão dos resíduos esta intrinsecamente relacionada a esse "fato social".       Outrossim, é válido ressaltar também que o negligenciamento das políticas públicas ratifica os obstáculos da gestão dos resíduos no Brasil. Dessa maneira, em consonância com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é como um corpo biológico e necessita que todos os seus órgão sejam funcionais para seu pleno desenvolvimento. Nesse raciocínio, a deficiência de locais apropriados para o descarte do lixo, a exemplo, lixões a céu aberto, agrava a devastação do meio ambiente, tendo em vista que tais ambientes são propícios para a contaminação do lençol freático, bem como para a proliferação de doenças. Soma-se a isso, a falta de ações públicas em disponibilizar locais acessíveis de depósitos de lixo em regiões carentes de estrutura, como periferias e favelas, repercutindo em "bolsões de lixo" acumulados em locais inapropriados, a exemplo,  em coregos de rios, bem como nas ruas e vegetação.        É imperativo, portanto, a execução de mecanismos no embate a essa problemática. A priori, cabe ao Estado em paralelo com as Secretarias Municipais de cada região priorizar o andamento de novos aterros sanitários em consonância com a preservação ambiental, bem como introduzir em regiões de estruturas limitadas, locais de coletas de lixo disponibilizados em pontos estratégicos, a fim de concretizar uma logística de preservação do meio ambiente. A posteriori, passa a ser função do Ministério da Educação em parceria com as escolas, criar um ambiente que enfatize um pensamento crítico sobre o consumo da sociedade, por meio de palestras e trabalhos, adaptando a compreensão de cada série, com intuito de amenizar esse "fato social" e criar um sustentabilidade mais holística.