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Enviada em: 21/05/2018

Na Idade Média, a temível Peste Negra esteve ligada à proliferação de ratos, os quais encontraram no ambiente sujo, sem destinação adequado ao lixo, local propício para se desenvolverem. Tal como no passado, a gestão de resíduos sólidos no Brasil ainda é um impasse. Nesse sentido, pode-se afirmar que esse problema decorre da ineficiência estatal e da falta de engajamento popular.                 Primeiramente, vale ressaltar que a gestão de tais resíduos é papel do Estado, o que exige políticas públicas voltadas ao planejamento e fiscalização. Porém, as investidas nesta área são insuficientes e ineficazes. Isso é percebido, por exemplo, nos casos em que as metas não são devidamente cumpridas, situação observada na lei criada em 2010 que estabelecia o fim dos lixões a céu aberto, entretanto muitos municípios continuam destinando erroneamente os dejetos humanos. Portanto, nota-se, nessas circunstâncias, a falta de fiscalização, acompanhamento e medidas mais duras para que o belo discurso ambiental torne-se bonito na prática.            Outrossim, pode-se afirmar que mesmo a sociedade em geral não sendo diretamente responsável pelo planejamento e destinação de verbas para melhorar os fins do lixo, ela pode contribuir para o progresso deste cenário. Nesse contexto, seguindo a ideia do poema concretista de Augusto de Campos, o lixo pode tornar-se luxo, seja através da compostagem caseira, a qual transforma resíduos orgânicos em adubo, seja por meio do reaproveitamento de materiais reciclados. Além disso, os indivíduos tem o poder de, em união, exigir de seus governantes um fim devido de seus lixos.               Destarte, tendo em vista que o lixo traz doenças e prejudica o meio ambiente e a população, são necessárias medidas para a melhoria de sua gestão no país. Para tanto, cabe ao Ministério Público, órgão fiscalizador do poder, por meio de ações cívis e de improbridade, averiguar as possíveis causas desse descumprimento da lei. Ademais, cabe aos indivíduos entrar em contato com o Ministério do Meio Ambiente e denunciar as condições de descaso com os resíduos sólidos de suas cidades. Assim, mais um passo será dado em direção ao progresso almejado na bandeira nacional.