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Enviada em: 22/05/2018

No início do século XX a então capital federal, Rio de Janeiro, passou por numerosas reformas urbanas a fim de modernizar a cidade e gerar qualidade de vida. Dentre tais modificações estava a questão do lixo, que até então, se acumulava nas ruas da metrópole. No entanto a problemática da gestão de resíduos no Brasil, em especial os sólidos, continua intrínseca na realidade do país com poucas modificações desde dado momento histórico. Decerto, é indubitável que o combate ao problema do lixo é deficiente na nação verde-amarela devido, sobretudo, a um Estado altamente dependente de empresas estrangeiras que não se preocupam com o meio ambiente além da ausência de políticas públicas que visam a resolução do problema.    Mormente, uma das mais marcantes características de países emergentes é sua dependência por empresas, em especial multinacionais, o que impede uma solução rápida e eficaz de problemas como o abordado. Nesse contexto surge o conceito da obsolescência programada, que consiste em fabricar produtos com menor prazo de validade para gerar consumismo, estratégia bastante utilizada por essas companhias o que gera consumo excessivo e, consequentemente, lixo. Nessa conjuntura o sociólogo alemão Karl Marx afirma que a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas. O lixo é, portanto, resultado de um consumo generalizado.       Outrossim, completa-se a isso a ausência de políticas públicas de combate a problemática debatida. Tal fato pode ser exemplificado por dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), demonstrando que apenas 18% dos municípios brasileiros realizam algum tipo de coleta seletiva até o ano de 2017, dados alarmantes tendo em vista o desenvolvimento econômico do país no século XXI. É indubitável que a falta de ações governamentais, retratada na pequena quantidade de regiões municipais que buscam realizar alguma ação relacionada à reciclagem, é um dos fatores que impedem que o problema abortado tenha a sua resolução completa e eficaz.    Infere-se, portanto, que a gestão de resíduos sólidos no Brasil é deficiente e não se resolverá com facilidade. Contudo, o Ministério do Meio Ambiente, por meio de propagandas e campanhas, pode incentivar a coleta seletiva nas cidades brasileiras, com o aumento de verbas para esse setor, e a reciclagem, utilizando de reduções em contas de água e luz para cada quilograma de material reciclado, por exemplo, além de implantar campanhas nas escolas primárias do país a fim de um consumo e descarte consciente. Com isso, o Brasil poderá se equiparar a países desenvolvidos quando o assunto é gestão de lixo e oferecer melhor qualidade de vida a sua população, uma vez que um dos maiores problemas da sociedade contemporânea se resolverá, de forma gradativa e eficaz.