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Enviada em: 04/10/2018

Durante a Baixa Idade Média, o Renascimento Urbano não foi acompanhado de medidas sanitárias adequadas, haja vista a escassez de ações referentes ao destino dos sedimentos produzidos pelos europeus ocidentais. Paralelamente, a gestão de resíduos na sociedade brasileira é um grande desafio nacional, uma vez que o país possui elevados índices de descarte inadequado desses produtos. Sobre essa problemática, vale destacar a inoperância governamental e a responsabilidade social.     Em primeiro lugar, a legislação brasileira conta com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que, promulgada em 2010, estabelece um prazo de 4 anos para a extinção das áreas onde os detritos são despejados inadequadamente. Contudo, dados coletados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais revelam que, atualmente, existem cerca de 3 mil lixões a céu aberto no país, o que mostra o descaso estatal para com a legislação vigente. Dessa forma, é inadmissível que essa realidade persista, pois a existência de lixões, além de ilegal, possibilita inúmeros infortúnios socioambientais, como proliferações de doenças e poluições dos lençóis freáticos.     Além disso, é primordial abordar essa questão sob um viés social, visto que quem produz os resíduos é a própria população. A esse respeito, o filósofo Hans Jonas destaca o "Princípio da Responsabilidade", que, baseando-se na concepção de que as gerações atuais devem agir em prol da sobrevivência das gerações futuras, compreende as ações humanas como pilares fundamentais da sustentabilidade. Portanto, é imprescindível que ocorram ações socioeducativas voltadas ao compromisso social, dado que o descaso populacional, observado em questões como a não separação de resíduos e o descarte inapropriado de lixo eletrônico, afeta toda a vida humana.    Dessarte, urge que os Governos Estaduais, por meio do cumprimento da PNRS e da averiguação dos municípios que compõem seus domínios geográficos, acabem com os lixões a céu aberto, invistam na construção de aterros sanitários e ampliem os já existentes, o que irá amenizar os impactos ambientais e produzirá emprego aos antigos catadores dos lixões. Ademais, é papel das escolas públicas e privadas, por intermédio de parcerias com ONGs e de rearranjos nas ementas, criarem, semestralmente, a " Semana da Responsabilidade Coletiva", que, contando com aulas e atividades práticas, ensine os jovens e adultos os princípios da coleta seletiva, técnicas de compostagem doméstica e a maneira correta de descartar o e-lixo. Assim, o país estará mais distante da realidade medieval.