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Enviada em: 04/09/2018

Quebra-cabeça ambiental       Na visão de René Descartes, "Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis". Embora séculos tenham se passado, questões como a gestão de resíduos na sociedade brasileira ainda são consideradas grandes entraves difíceis de serem resolvidos. É latente que esse cenário se agrava devido o desenvolvimento industrial, bem como à ineficiência das ações humanas, requerendo assim mudanças em caráter de urgência.       Em primeiro plano, é imprescindível destacar que o avanço tecnológico é de suma importância para a população, já que, junto com ela houve a evolução de recursos para saúde, agricultura, dentre outros aspectos benéficos para o corpo social. Entretanto, os resíduos deixados pelo abandono de aparelhos usados são uma problemática para o meio ambiente. Somente no quesito eletrônico, são gerados mais de 50 milhões de toneladas de lixo. Segundo dados da pesquisa realizada pela maior fabricante de computadores dos Estados Unidos, "Dell", somente 10% dos resíduos produzidos são destinados à reciclagem. Dessa forma, é possível comprovar a afirmação do filósofo Thomas Hobbes ao dizer que "O homem é o lobo do homem", uma vez que o ser humano é capaz de prejudicar o planeta e todos àqueles que o habitam com o fito de ascender financeiramente.        Ainda convém ressaltar que o homem vem realizando ações antrópicas na Terra. Enchentes, animais marinhos se alimentando de plástico, todas essas catástrofes são causadas pela falta de educação de indivíduos que não respeitam os locais adequados para coleta dos resíduos. A obra cinematográfica "Wall-e" narra ficticiosamente a história de seres humanos que precisaram evacuar o planeta pois não havia mais espaço por conta da quantidade de lixo depositado. Apesar de irreal, o filme alerta a situação problemática e desperta em muitos indivíduos o desejo de colocar em prática os 5 R's: reciclar, recusar, reduzir, reutilizar e repensar; desse jeito, contribuindo para a sustentabilidade.       Fica evidente, portanto, a necessidade do combate dos desafios encontrados na gestão de resíduos. A começar pelo Ministério do Meio Ambiente, que deve criar mais pontos de coleta seletiva de aparelhos defeituosos,com o fito de incentivar o descarte correto e reenviar as peças aos fabricantes. Ademais, cabe ao Ministério da Educação implementar na grade curricular do ensino básico das escolas públicas uma disciplina voltada aos ensinamentos da coleta seletiva, com a finalidade orientar, desde jovens, a maneira correta de lidar com o lixo. Destarte, será possível homologar com o ideal descartiano, adotando soluções burocráticas, porém eficazes; solucionando assim esse quebra-cabeça ambiental.