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Enviada em: 29/09/2018

Resíduos sólidos são materiais excedentes de produtos produzidos e consumidos que devem ser devidamente descartados. Entretanto, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apenas 44,4% dos governos têm programas de coleta seletiva e adequada de detritos no Brasil, o que contribui à poluição do solo e dos rios. Nessa discussão, torna-se imprescindível analisar tanto os paradigmas contemporâneos quanto o descaso estatal que culminam nessa problemática.         Em primeira análise, é importante destacar o individualismo como marca das sociedades hodiernas. Nessa perspectiva, as pessoas expressam as próprias peculiaridades por intermédio da escolha de seus produtos, fato muito explorado pelo sistema industrial. Elucida-se esse quadro no conceito de “Modernidade líquida”, de Bauman, pois, segundo o pensador, o individualismo advém da mudança de valores das instituições sociais e acarreta no consumo excessivo como manifestação do egoísmo. Sob esse viés, entende-se a geração exacerbada de lixo como resultado da cultura consumista.         Ademais, é precípuo ressaltar a má gestão estatal dos rejeitos. Nesse cenário, a administração precária dos resíduos sólidos resulta em lixões que não têm infraestrutura satisfatória para o controle dos produtos da decomposição. Isso pode ser entendido à luz da definição de Estado, de Durkheim, porque, de acordo com o contratualista, o governo é responsável pela coesão social e, por isso, deve gerenciar as questões sociais. Infere-se, assim, que a degradação ambiental causada pela deposição inadequada de lixo é resultado da falta de programas voltados à criação de aterros sanitários – locais planejados para o descarte ideal de lixo -.         Diante das conjunturas sociais, nota-se a necessidade de medidas mitigadoras. Portanto, a televisão e as redes sociais, acessadas pela maioria da população, devem incentivar o consumo consciente, por meio da criação de documentários, como o Globo Repórter, que mostrem os impactos advindos da geração excessiva de resíduos materiais, a fim de promover a conscientização e diminuir o consumo. Paralelo a isso, cabe às Organizações Não Governamentais que são voltadas às causas ambientais (ONGs) pressionar as prefeituras, por intermédio do recolhimento de assinaturas virtuais, com o objetivo de que os o Governo Municipal note as demandas infraestruturais e construam aterros sanitários, com vista em atenuar a problemática.