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Enviada em: 23/10/2018

De acordo com a Constituição brasileira, é direito de todos um ambiente equilibrado e preservado, por intermédio do poder público e social. No entanto, essa não é uma realidade hodierna, uma vez que a elevada produção de lixo e seu descarte de forma incorreta distanciam a sociedade desse princípio. Nesse sentido, a falta de maior consciência ambiental aliado às ideias capitalista e a negligencia das políticas públicas, são questões que tornam a gestão dos resíduos sólidos ainda mais desafiadora e carente de soluções.  A princípio é pertinente observar uma sociedade hiperconsumista e pouco preocupada, como reflexo do capitalismo. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, na percepção da pós-modernidade, tudo é feito pra durar pouco e ser descartado cada vez mais rápido. Nesse contexto evidencia-se a produção desenfreada do lixo pela sociedade pouco consciente sobretudo no que diz respeito às problemáticas causadas por suas ações, tanto no outro quanto nas próximas gerações. Desse modo é indispensável incentivar o consumo consciente e uma melhor educação ambiental.  Outrossim, destaca-se o descuido por parte dos órgãos públicos, dado que eles são responsáveis pelas política de descarte regular dos resíduos. De acordo, por exemplo, com a PNRS (Política Nacional da Resíduos Sólidos), em 2014 todos os lixões deveriam ser extintos no país, entretanto constata-se que isso não foi efetivado. Logo, revela-se o alcance limitado e pouco satisfatório das práticas da gestão desses resíduos, com pouco investimento para realização de coletas, tratamentos e sua destinação, o que intensifica problemas ambientais e de saúde pública. Diante disso é perceptível que a insuficiência de recursos para sanar esses problemas, deve ser pauta urgente para o Poder Público.  Destarte, infere-se a necessidade de medidas que solucionem os impasses que desafiam a efetivação da gestão de resíduos sólidos no Brasil. A princípio cabe ao Poder Público efetivar e disponibilizar recursos que tornem possível regularizar essa problemática. Ademais, compete ao Ministério da Educação, aliado à mídia, promover melhor educação ambiental, por meio de aulas destinadas à discursão dessa questão, incluindo o consumo consciente, além do desenvolvimento, dentro e fora das escolas, de campanhas e propagandas que incentivem a coleta seletiva do lixo e enfatizem as problemáticas causadas pelo seu descarte incorreto, a fim de construir uma sociedade que prese pelo equilíbrio ambiental, pela própria existência e das futuras gerações. Só assim será possível conter a situação desafiadora e concretizar os direitos constituintes.