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Enviada em: 22/04/2019

A partir da década de 1930, na gestão Getúlio Vargas, houve um crescimento significante na produção industrial, o que gerou na produção de resíduos em larga escala, especialmente do lixo urbano, na sociedade brasileira da época. Hodiernamente, tal produção continua em evidência, no entanto não há grande preocupação com a gestão do lixo, na qual gera inquietações ambientais, além de haver desperdícios das potencialidades socioeconômicas que o lixo é capaz de prover.        Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, segundo dados de 2016 do Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil, mais da metade dos municípios descarta o lixo indevidamente. Nesse sentido, percebe-se as consequências que esse má descarte contribui para a natureza, desencadeando contágio dos solos e lençóis freáticos, causando forte prejuízos à produção agrícola. Ademais, o lixo com descarte indevido torna-se um forte agente etiológico na proliferação de doenças para a população local, proporcionando implicações negativas à saúde pública do Brasil.       Outro fator que se deve destacar é o desperdício do potencial econômico que o lixo promove. Dessa maneira, percebe-se que tal desaproveitamento, motivado pela falta de estímulo do processo de reciclagem, gera reações negativas na sociedade brasileira, tendo em vista que a reciclagem é fonte de renda e inclusão social para alguns indivíduos das camadas mais baixas da população. Posto isso, tal circunstância é observada no documentário "Lixo Extraordinário", do diretor João Jardim, que retrata o cotidiano dos catadores de lixo  - no lixão Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro -, e como o fechamento do lixão desencadeou consequências para as pessoas que dependiam da reciclagem do lixo para sobreviver.        Urge, portanto, a necessidade de solucionar os impasses que a má gestão de resíduos gera para a sociedade brasileira. Sendo assim, é fundamental que haja uma união entre municípios, com o objetivo de estruturar aterros sanitários compartilhados, dando um descarte devido ao lixo gerado pela população, oferecendo garantia sanitária para esta, mas também diminuindo os gastos públicos com esse descarte, visto que as despesas seriam divididas entre as prefeituras. Outrossim, ONGs voltadas para a reciclagem deveriam tomar a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável como inspiração, adotando medidas de ampliação e consolidação das cooperativas, oferecendo cursos e apoio aos catadores de lixo, com o objetivo de propiciar melhor eficiência e garantia de emprego para os indivíduos que fazem da reciclagem um meio de sustento. Com tais medidas postas em prática, a sociedade viveria de forma mais harmoniosa, uma vez que uma melhor qualidade de vida seria oferecida para aqueles que tinham de viver em contato direto com os resíduos.