Materiais:
Enviada em: 22/04/2019

A partir da década de 1930, na gestão Getúlio Vargas, houve um crescimento significativo na produção industrial, o que gerou na produção de resíduos em larga escala, especialmente do lixo urbano, na sociedade brasileira da época. Hodiernamente, tal produção continua em evidência, no entanto não há grande preocupação com a gestão do lixo, principalmente por parte de governos, na qual gera complicações ao meio ambiente, além de promover um desperdício do potencial socioeconômico que o lixo é capaz de prover.         Em primeiro lugar, é válido ressaltar que, segundo dados de 2016 do Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil, quase 60% dos municípios descarta o lixo indevidamente. Nesse sentido, infere-se as consequências que esse má descarte contribui para a natureza, uma vez que os resíduos sólidos alcançam corpos aquáticos, contaminando os lençóis freáticos e solos, prejudicando muitas das produções agrícolas. Ademais, ao contaminar corpos hídricos, o lixo se torna um grande agente etiológico na proliferação de doenças, proporcionando implicações negativas à saúde pública do Brasil.       Outro fator que se deve destacar é o esperdício do potencial econômico que o lixo fornece. Dessa maneira, percebe-se que tal desaproveitamento, motivado pela falta de estímulo do processo de reciclagem, gera reações negativas na sociedade brasileira, tendo em vista que a reciclagem é fonte de renda e inclusão social para alguns indivíduos das camadas mais baixas da população. Posto isso, a consequência da falta de reciclagem é observada no documentário "Lixo Extraordinário", do diretor João Jardim, que retrata o cotidiano dos catadores de lixo de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, e como o fechamento do lixão prejudicou, essencialmente na esfera econômica, as pessoas que dependiam da reciclagem do lixo para sobreviver.       Torna-se evidente, portanto, a necessidade de solucionar os impasses que a má gestão de resíduos gera para a sociedade brasileira. Sendo assim, é fundamental que os Governos Municipais estruturem aterros sanitários compartilhados, dando um descarte saudável ao lixo gerado, oferecendo garantia sanitária para a população que residir próxima a esses espaços, mas também diminuindo os gastos públicos com esse descarte, visto que as despesas seriam divididas entre as prefeituras. Outrossim, ONGs direcionadas à reciclagem deveriam propiciar cursos e apoio aos catadores de lixo, oferecendo especialização para estes, com o objetivo de aumentar o mercado de trabalho para a população que depende do lixo, além de ajudar o meio ambiente, promovendo a reciclagem. Com tais medidas postas em prática, a sociedade viveria de forma harmoniosa, uma vez que uma melhor qualidade de vida seria oferecida para aqueles que tinham de viver em contato direto com os resíduos.