Materiais:
Enviada em: 02/05/2019

De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas(ONU), o Brasil é o 5º maior produtor de lixo do planeta e possui uma baixa porcentagem de descarte adequado desses resíduos sólidos. Isso é um problema, pois eles podem contaminar os lençóis freáticos, emitir gases de efeito estufa e até alterar o clima da região circundante aos seus depósitos. Nessa lógica, a falta de lugares próprios e estruturados  para a sedimentação de lixo e o descarte inadequado dão as principais causas desses impactos negativos.     Decerto, o Estado é um dos principais responsáveis por haver uma má gestão dos resíduos no território brasileiro. Isso se deve ao fato de que a Administração Pública está ciente de que não há locais apropriados para o descarte, tanto é que, em 2010,criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que tem como finalidade a criação de aterros sanitários- uma vez que eles impedem a contaminação dos lençóis freáticos e reduz a emissão de gases. Todavia, era pra esses lugares terem sido construídos, em todo o país, até 2014, no entanto, em 2019, isso ainda não foi concretizado, reafirmando o que ONU divulgou sobre o descarte inadequado no Brasil. Essa questão faz com que a poluição das águas, do solo e do ar, gerada pelo lixo, ainda seja uma na maioria das cidades.     Entretanto, a própria sociedade brasileira é culpada pelos resíduos sólidos não sofrerem um fim racional. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, quando um indivíduo vê outros fazendo algo, ele tende  a fazer o mesmo que essa maioria faz, o que é chamado pelo estudioso por ''fato social''. Relacionado a isso, há o fato de que a maior parcela da comunidade não faz a separação do lixo e não destina o que pode para a reciclagem, ocasionando a questão de que se a coletividade tende a não destinar resíduos para a coleta seletiva, as pessoas, em suas individualidades, irão se negar a fazer isso também. Essa realidade é preocupante, já que a coleta seletiva reduz a produção de mais matéria, emprega os coletores e reduz o volume do lixo descartado , demonstrando a necessidade da maior parcela da população passar a fazer isso.    Diante do exposto, a fim de que haja uma gestão eficiente dos resíduos, os municípios, em parceria com empresas privadas, devem construir aterros sanitários e fazer a coleta seletiva diariamente. Isso pode ser feito com o capital da firma, por meio da contatação de moradores da própria cidade, os quais devem trabalhar na construção e no recolhimento. Assim, o município ganha com o descarte correto e a empresa fica com os lucros gerados pela coleta, através da venda ou utilização dos materiais recebidos. A consequência disso será a redução dos impactos causados pelo lixo tanto para a população, quanto para o meio ambiente.