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Enviada em: 09/05/2019

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2010, determinava, entre outros aspectos, o fechamento de todos os lixões a céu aberto, no Brasil, até 2014. Todavia, apesar dessa tentativa de melhoria na gestão dos resíduos sólidos, o país ainda enfrenta os efeitos da ausência de uma logística eficaz que resguarde o meio ambiente. Nesse panorama, insere-se a problemática da má gestão desses rejeitos no Brasil, seja pelo consumo inconsequente do tecido social, seja pela inoperância estatal.    Em primeiro plano, é válido considerar como o consumo excessivo e impensado, característica da sociedade moderna, corrobora para o agravamento desse impasse. Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, em sua obra "Modernidade Líquida", afirma que a sociedade do século XXI segue uma lógica de consumo que preconiza o moderno em detrimento do ultrapassado, ainda que esse esteja em boas condições de uso. O problema disso é que, a velocidade com que o novo torna-se antigo, fomenta o consumismo, desestimula a compra consciente e, consequentemente, fere o ecossistema. Soma-se à união desses fatores, ainda, a destinação inadequada desse lixo pela coletividade, a ineficiente coleta seletiva nas casas e os insuficientes adequados locais de destinação.     Além disso, o poder público, que é de indispensável importância para a solução desse revés, também mostra-se improvidente quando não estimula o mercado nacional a desenvolver a logística reversa, que já é uma realidade comum a muitos países de primeiro mundo. Adicionalmente, a frágil quantidade de postos de reciclagem e reúso de materiais - os chamados Ecopostos - inviabiliza o conhecimento da existência desses locais por grande parcela da população. Enquanto isso, os lixões a céu aberto proliferam-se e agridem, não só ao meio ambiente, como também à dignidade das famílias brasileiras que encontram, no lixo, o seu sustento.     Depreende-se, portanto, a indispensabilidade de medidas que combatam essa problemática. O Ministério do Meio Ambiente deve estimular a logística reversa, por meio de incentivos fiscais às empresas que tiverem uma estrutura capaz de fazer com que seus produtos voltem à cadeira produtiva - dar desconto em novos produtos a partir da entrega de um usado da mesma marca, a exemplo das empresas HP e Mac -, com o fito de diminuir consideravelmente a destinação incorreta desses resíduos sólidos. Ademais, o Governo deve ampliar a quantidade de Ecopostos e divulgá-los para a população, por meio da mídia televisiva e digital. Assim, decerto, a coletividade caminhará para um futuro ecologicamente consciente e que contribui para aplicabilidade de políticas públicas como a PNRS.