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Enviada em: 05/07/2019

Muito lixo, pouca atitude  A segunda revolução industrial terminou em meados do século XX, mas suas consequências reverberam até hoje- positivas, como o uso cotidiano da energia elétrica, e negativas, como o aumento de resíduos para descarte. No limiar do século XXI, com o desenvolvimento da indústria, benefícios e malefícios aumentaram, e entre esses o grande contingente de lixo produzido requer conscientização pessoal e administração adequada. Todavia, nesse âmbito, infelizmente, a sociedade e o Estado brasileiro se mostram insuficientes.     Em primeira análise, cabe ressaltar que quanto mais as pessoas consomem, mais elas descartam, ou seja, mais lixo. Ainda que essa sentença seja uma obviedade, grande parte da população não se conscientiza dos impactos do seu consumismo - incentivado pela indústria, com artimanhas como a obsolescência programada, na qual a vida útil do produto é diminuída. Nesse contexto, segundo a Organização das Nações Unidas, o Brasil se tornou o 5º maior produtor de lixo no mudo, posição que figura como uma notória censura aos brasileiros. A sociedade, contudo, não pode alterar o modelo industrial, mas pode mudar sua própria forma de comprar e descartar, tornando essa mais pensada.     Outrossim, haja vista a atual geração de lixo urbano, é manifesta a inabilidade do governo para administra-lo. Por exemplo, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), institucionalizado em 2010, previa o fechamento de todos os lixões do Brasil até o ano de 2014, entretanto, mesmo em 2019 a meta não foi cumprida. Da mesma forma, municípios demoram para trocar lixões por aterros, assim como para aderir a coleta seletiva. Consequentemente, o potencial econômico dos resíduos não é explorado totalmente, enquanto o meio ambiente e a saúde do povo são prejudicados pela poluição atmosférica, com o gás metano dos lixões, pela poluição hídrica, nas reservas subterrâneas, entre outras.    Percebe-se portanto, a necessidade da união da sociedade civil e do governo para o estabelecimento de uma melhor administração dos resíduos sólidos no Brasil. Para tanto, os Municípios - com parceria público-privada- devem promover o cumprimento do PNRS, por meio da criação de aterros compartilhados, a fim de que custos sejam diminuídos. Ademais, devem ser promovidas propagandas informativas nas redes sociais, com o objetivo de incentivar a população para a prática da economia compartilhada, optando em vender ou trocar aquilo que iria ser descartado, e comprar nesse mesmo sistema. Assim, a atitude referente ao lixo na sociedade brasileira caminhará para exemplaridade.