Materiais:
Enviada em: 01/10/2019

No Brasil o descarte apropriado de lixo ainda é um desafio para o Governo e sociedade. Nesse cenário, é possível notar que a coleta inadequada e limitada é voltada para bases arcaicas, o que não condiz com a realidade brasileira. Somado a isso, figura um Estado negligente e omisso ao cumprir suas obrigações com a população e fere os direitos básicos da Constituição ao abdicar as condições mínimas de vida.       Com o advento do capitalismo, a sociedade pós-moderna adquiriu características peculiares, como o consumo em excesso e irresponsável. Segundo a Associação de Limpezas Públicas, a produção de lixo no Brasil cresceu cinco vezes mais que a população, contudo 38% dos brasileiros continuam sem acesso a serviços de tratamento e destinação adequada do lixo. Dessa forma, resíduos são gerados em grande escala, porém não há políticas públicas eficientes que orientem o cidadão ao seu descarte regular. Ademais, cerca de um terço do lixo é destinado a lixões e aterros sem tratamento, provocando enchentes, contaminação do solo e emissão de gases poluentes, comprometendo drasticamente a saúde e bem estar da sociedade. A falta e má gestão de resíduos é fruto da ideia que o planeta é capaz de abrigar todo o entulho da população, devido sua enorme extensão e capacidade de renovação.       De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 42% do lixo no Brasil tem destinação final inadequada, evidenciando a falha na gestão e recuperação de resíduos. Além disso, é importante ressaltar que cerca de 30% de todo entulho poderia ser reaproveitado, entretanto somente 3% destina-se à reciclagem. Assim, uma das causas desse fato reside na restrita coleta seletiva dos municípios, que atendem apenas pequena e médias cidades e bairros privilegiados. Outro fator, consiste na falta de integração entre poder público, empresas e cidadãos através de um programa de reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos.       Fica clara, portanto, a intervenção do Governo Federal por meio de políticas públicas que visem à gestão apropriada do lixo e à substituição dos descartes atuais por aterros controlados com a incineração para geração de energia. O Ministério da Educação deve implantar uma disciplina no currículo escolar que aborde questões relacionadas ao consumismo e sustentabilidade para diminuir a taxa de lixo no país. É necessário, ainda, a parceria de municípios e empresas, por meio da ampliação da coleta seletiva e do direcionamento dos resíduos para reciclagem e reaproveitamento. Assim, poder-se-á minimizar esse cenário no Brasil.