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Enviada em: 19/05/2017

O Brasil está em desvantagem quando se discute o desenvolvimento sustentável e as políticas ambientais. Além do desmatamento descontrolado de seus biomas originais, como o Cerrado e a Mata Atlântica, há outra agressão contínua ao meio ambiente, caracterizada pela geração alarmante de lixo pela sociedade e a falta de preocupação com seu destino. Nesse contexto, existem dois agentes importantes que não estão fazendo suas partes: o cidadão e as organizações governamentais.       É importante lembrar das origens dos resíduos gerados antes de discutir sobre seu fim. A ciência apresenta descobertas diariamente sobre as interações do ser humano com o espaço em que se encontra. A nocividade ambiental de compostos químicos presentes em diversos produtos consumidos pela sociedade, como o plástico e metais pesados, é uma delas. Esses, quando descartados de maneira leviana, como em lixões a céu aberto, podem diminuir a qualidade do solo e contaminar lençóis freáticos. No entanto, o consumismo continua sendo incentivado pelas empresas, e as pessoas compram e descartam bens sem um maior discernimento, possivelmente pela ingenuidade ao dano que estão causando.        Outrossim, mesmo que a geração e o descarte indevido do lixo tenham grandes proporções, prejudicando o meio ambiente por contaminar o solo e liberar gás metano na sua decomposição, não há um esforço proporcional por meio das instituições do governo responsáveis pela proteção do ecossistema em acabar com o distúrbio. Embora tenha sido criada a Lei dos Resíduos Sólidos, sua aplicação é modesta considerando a precariedade da área no país, desde a separação inadequada ao despejo insalubre. Por consequência, os locais de deposição irregulares crescem e agravam a situação, além de continuar alimentando os vícios da sociedade de não se responsabilizar pelos seus resíduos excessivos.        Destarte, o controle do lixo gerado no país requer a mudança de hábitos que se encontram íntimos da sociedade. Em primeiro lugar, o Ministério do Meio Ambiente e o das Cidades, em uma díade, devem agir para viabilizar a construção de aterros sanitários com usinas de transformação do gás metano produzido em energia, para amenizar o impacto ambiental. Por outro lado, a adesão de outras Prefeituras a programas como o Lixo Zero, do Rio de Janeiro, seria benéfica para a limpeza urbana, multando quem joga lixo nas ruas. Ademais, o Ministério da Educação deve inserir o aprendizado ecológico na Base Nacional Comum Curricular, com o objetivo de ensinar ao cidadão sobre a importância da reciclagem e do consumo inteligente, contribuindo para uma sociedade mais sanitária.