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Enviada em: 28/08/2017

Material com valor e utilidade Carolina de Jesus, em "O quarto de despejo", relata, por volta de 1950, a busca da sobrevivência no lixão em São Paulo. Passadas 5 décadas, a existência de tais instalações ainda é uma realidade no Brasil. Essa não é a única consequência da ausência de conscientização popular, industrial e estatal, visto que, menos de 5% do lixo produzido no país é reciclado.         O Brasil é um dos países que mais produzem lixo no mundo, em contrapartida está muito distante de ser uma nação que prioriza o tratamento dele. Karl Marx dizia que as relações de produção determinam o comportamento humano, sob essa ótica, observa-se, a perpetuação de um consumismo exagerado e inconsequente, incentivado, propositalmente, pela indústria por meio do marketing. Por conseguinte, a produção de lixo vem crescendo de maneira exponencial, mas a reutilização dele não. Enfrentamos problemas desde a coleta e a destinação final do lixo, porque poucas cidades possuem programas de coleta seletiva até um problema cultural, que é jogar lixo nas ruas. Esses são fatos que revelam o descaso de múltiplos setores da sociedade sobre o assunto.         Dessa forma, a destinação final acaba sendo, geralmente, lixões e ruas. Nelas, os resíduos rapidamente entopem bueiros e causam enchentes até mesmo em cidades com pouca chuva e podem ser arrastados para rios e mares, causando a morte de aves e espécies aquáticas por asfixia, pois elas os confundem com alimentos. Já naqueles, o lixo é depositado à céu aberto e quase sempre longe dos centros urbanos, o que passa uma ideia falsa de solução, tendo em vista que esses locais atraem vetores de diversas doenças como ratos, baratas e mosquitos. Outrossim, os detritos liberam chorume, que polui o solo e a água contida nos lençóis freáticos, e gases poluentes como o metano. Esses males não são suficientes para afastar pessoas que buscam nesses ambientes um meio de sobreviver com os frutos da reciclagem principalmente de metais, plástico e papelão, que podem estar misturados com restos de comida e lixo hospitalar.               Para conter o impasse, é indubitável o Ministério do Meio Ambiente proponha ações conjuntas entre o município, as empresas e os indivíduos, como por exemplo que as indústrias passem a ser responsáveis pela coleta dos produtos que fabricam e que os resíduos se tornem matéria-prima para novos bens de consumo, exigindo que os preços finais sejam mais baixos para os reciclados, a fim de atrair os clientes. Bem como, deve existir uma parceria público-privada, na qual a prefeitura ofereça isenção fiscal para as fábricas que implementarem nos bairros pontos de coleta seletiva do lixo, no qual elas os comprem diretamente da população. Só dessa forma será possível alcançar o bem-estar social.