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Enviada em: 06/08/2018

Na obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma", o autor Lima Barreto retrata a história de Policarpo Quaresma, nacionalista exacerbado que tinha uma visão utópica do país, porém, ao fim da sua vida, acaba desiludindo-se em virtude do sistema corrupto que permeava a nação. Dessa forma, o livro mostra que essa problemática persiste intrinsecamente ligada à corrupção presente dentro da sociedade brasileira, em conjunto com a falta de políticas públicas eficientes para sanar essa questão.    Ao analisar por um prisma histórico, verifica-se que o Brasil tem dificuldades para empregar uma gestão pública qualificada desde do período da República Velha, marcado pelo coronelismo, com a utilização do voto de cabresto como forma de controlar o eleitorado, além de medidas truculentas contra levantes populares, como a Guerra de Canudos e a Revolta da Vacina, o que impedia uma mudança no status quo. Sendo assim, esse fato conecta-se com a atualidade através do sistema político arcaico brasileiro, que dificulta uma rotatividade de candidatos, já que segundo noticia do Estadão, o fundo eleitoral dos partidos prioriza aqueles que tenham mandato e que contem com apoio de setores influentes, como no caso do lobby da bancada ruralista, que age sobre os interesses dos latifundiários.    Por conseguinte, é indubitável que as chagas da atualidade são a ausência de políticas públicas que mudem o cenário político vigente, favorecendo a manutenção da corrupção e do lobismo, como no escândalo  de corrupção da empresa Odebrecht, que fornecia propina para políticos, partidos e agentes do Governo em troca de vantagens em obras. Ademais, nota-se através da notícia divulgada pelo jornal El País, que relata a queda de 17 posições do Brasil dentro do Índice de Percepção de Corrupção, o quão falha é a gestão pública brasileira em relação ao combate a essa temática, logo, deve-se seguir o ideal do filósofo Émile Durkheim, que prega que a sociedade orgânica deve agir em prol da razão para a organização de um bem comum, para resolver essa questão.     Portanto, para resolver os problemas apresentados no livro "Triste Fim de Policarpo Quaresma" e notados durante a República Velha, o Governo deve criar um projeto que ajude na rotatividade de candidatos a cargos políticos no Brasil, fazendo com que os partidos sejam obrigados a investir no mínimo 40% do fundo eleitoral em novos nomes, para que assim, haja uma mudança na base política brasileira e diminua os efeitos do lobismo na escolha de candidatos. Outrossim, é importante que a sociedade, seguindo os ideais de Émile Durkhein, pressione o Estado, através de protestos de âmbito nacional, para que haja punição na prática dos casos de corrupção que ganharam notoriedade na atualidade, como o da Odebrecht, para que dessa forma, o país melhore no Índice de Percepção de Corrupção e consiga realizar uma gestão pública qualificada.