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Enviada em: 01/08/2018

A máquina administrativa brasileira foi construída sob uma herança patrimonialista, onde o regime político era confiado a um número restrito de pessoas que detinham o poder. No patrimonialismo, o Estado funcionava como uma extensão do poder soberano, e os auxiliares e servidores responsáveis pelo exercício das atividades públicas, possuíam status de nobreza real. No entanto, segundo Max Weber, esse tipo de administração tinha como consequência a corrupção e o nepotismo. Seria esta a realidade que se desenvolveria nas gestões públicas brasileiras?      Ao longo de décadas, com a necessidade de desenvolvimento econômico, o Brasil, influenciado pelo neoliberalismo, adotou estratégias de privatização de várias empresas do Estado. Uma das características do neoliberalismo é a de limitar o poder do Estado, afirmando que ele é o responsável pelas anomalias burocráticas e pelo constrangimento entre os agentes econômicos privados. Com o resultado do desmantelamento do poder centralizado do Estado sobre os serviços públicos, agora nas mãos de gestores privados, o Brasil começou a produzir uma série de escândalos ligados à corrupção onde a população se tornara refém, sem direito sequer, de ir e vir, pois segurança, já não há.      A gestão pública tem como finalidade contribuir para a melhoria da qualidade de serviços prestados ao cidadão. O aparato gerencial tem a obrigação, concreta e imediata, de sanar as demandas da sociedades, tais como, saúde, transporte, educação e segurança. No entanto, a privatização de serviços destinados ao povo, sucateou o assistencialismo com a corrupção inescrupulosa, com o desperdício dos recursos, com a falta de eficiência das organizações, com a lentidão na resolução de problemas. Enquanto políticos e empresários injetam ilicitamente o dinheiro dos contribuintes em paraísos fiscais, os índices de desemprego, fome e criminalidade, sobem. E como combater esse crescente desamparo social marcado pela ausência de moralidade e ética dos gestores e órgãos públicos?      De certo, é de extrema importância, a elaboração e adoção de um gerenciamento de políticas públicas em que a comunidade, os cidadãos, sejam estimulados a participar de forma efetiva e permanente na formulação coletiva das análises e do redirecionamento destas políticas. Assim como na Grécia antiga, em que os citadinos se reuniam nas ágoras para discutirem assuntos públicos, o povo brasileiro tem que se tornar participante ativo junto ao Estado, às empresas privadas, às ONGs. Um movimento de cooperação tem que se formular da união de todos os poderes, a fim de se combater a ilicitude escancarada dos gestores bem como, promover as garantias constitucionais à todo e qualquer indivíduo brasileiro. Mudar o presente é pensar no futuro!