Materiais:
Enviada em: 04/08/2018

Gestão pública é a análise e supervisão dos programas, orçamentos e políticas públicas, as quais são formas de resolver ou diminuir um problema nacional, por meio de leis, campanhas de conscientização ou investimentos. Quando tal gerenciamento é negligenciado no Brasil, demonstra-se a ineficiência do Estado em conter as crises de vários setores sociais devido, sobretudo, à cultura brasileira de subestimar a administração estatal e à falta de instrução da sociedade acerca das implicações de determinadas reformas públicas, constituindo obstáculos que devem ser rechaçados.     Primeiramente, segundo Raimundo Faoro, o Brasil herdou de Portugal um Governo estamental, que se apropria do público em detrimento do privado, e burocrático, a elite sempre ocupa o gerenciamento do país, o que ilustra a grande influência dessa cultura na dificuldade de gestão hoje, haja vista a despreocupação dos governantes em analisar toda burocracia da nação. Nesse contexto, ao contrário de países desenvolvidos, os quais exigem o detalhadamento de qualquer projeto no Congresso Nacional, como relações custo-benefício e custo-efetividade, o Brasil baseia essa operacionalização no método de tentativas e erros. Isso pode ser analisado nas diversas leis ou medidas provisórias que o Senado aprova, mas não são postas em práticas, além de onerar os cofres públicos. Dessa maneira, a falta e organização e compromisso em recolher dados para efetivar uma medida, bem como a fiscalização causa revoltas sociais e compromete a elaboração da gestão pública.   Ademais, conforme Leonardo Secchi, PhD em estudos políticos pela Universidade de Milão, o brasileiro está habituado com bolsas, quando o Estado tende a distribuir benefícios às diversas categorias sociais, evidenciando-se a incompreensão dos cidadãos acerca de reformas públicas que os afetam, as quais constituem maneiras do Brasil se remediar em épocas de crise, cortando despesas. Nessa perspectiva, há ineficiência na tentativa de explicar aos cidadãos as consequências positivas e negativas de tais políticas, como acontece no caso da reforma da previdência, demonstrando a dificuldade da gestão pública ser legitimada na sociedade. Dessa forma, a ignorância das pessoas em relação aos efeitos de reformas ocasionam empecilhos à gestão pública.      Fica claro, então, o mau prognóstico da eficiência administrativa brasileira. No propósito de minimizar tal problemática, os Ministérios Públicos devem reformular a burocracia por meio da contratação de assessores formados em análise e gestão pública, já que no Brasil tal cargo é oferecido a políticos sem nenhuma formação técnica, pois, assim, haverá melhor gerenciamento. As Secretarias Estaduais, ainda, devem estimular o processo participativo de ações públicas com os indivíduos por meio de constantes reuniões com sindicatos para aumentar as chances de efetivar reformas.