Políticas contra a má administração pública Para o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade deve funcionar como um "corpo biológico" por ser, assim como esse, formado por partes que interagem entre si e que, se funciona mal entra em colapso. Desse modo, para que esse organismo esteja em equilíbrio, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois a gestão pública é inadequada. Esse cenário persiste e reflete na sociedade brasileira devido à falta de planejamento e desvios de recursos públicos, os quais geram como consequência a ausência de serviços básicos à população. Convém ressaltar, em princípio, que gastos indiscriminados, desperdícios de recursos financeiros, ineficiência das intituições e atividades ilícitas são fatores determinantes para a permanência do problema. Atribui-se essa má administração a investigações que evidenciam obras superfaturadas e inacabadas, equipamentos e materiais que não chegam aos seus destinos e se perdem pelo desuso, além de contas bancárias e patrimônios bilionários incompatíveis com o salário de servidores do Estado. Tais absurdos acarretam bilhões em prejuízos ao país. Cabe salientar que, os efeitos desses déficits voltam-se à população. Em razão da inexistência de investimentos há carências na educação, saúde, moradia e emprego. Fatos, esses, constatados pelos índices do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, mais de 14 milhões de brasileiros vivem em condição de extrema pobreza, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo de 70,00 reais, em 2017. Outrossim, notam-se hospitais em situação precária, sem a mínima possibilidade de atendimento básico apropriado pela necessidade de maiores investimentos. Diante do exposto, medidas são indispensáveis para a solução do problema. Para que o Brasil seja mais articulado como um "corpo biológico" cabe, principalmente, à população impedir situações ilegais de qualquer natureza e engajar-se politicamente a fim de eleger pessoas que tenham princípios capazes de mudar o panorama atual. Uma vez no poder, os governantes devem destinar os recursos financeiros adequadamente, inibir gratificações e aliar-se a gestores públicos eficientes para obter gerenciamento dos fundos de forma satisfatória. Por fim, as instituições de educação devem ministrar aulas de Sociologia, História e Ciências Políticas com base em fatos que não deram certo com o objetivo de não cometê-los novamente e, assim, transformar o futuro de todos.