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Enviada em: 04/08/2018

Na Grécia Antiga, era comum os cidadãos da pólis preencher alguns requisitos prévios para participar da articulação política de sua comunidade. No Brasil atual, a carência de predicativos para assumir cargos públicos fica evidente quando deficiências em relação à gestão pública são expostas. A falta de interesse em adotar algumas exigências específicas para o ingresso no ambiente político e o baixo índice de cobrança por parte da população, podem ser motivos para a atual qualidade do gerenciamento público do país.       No Brasil, ao pleitear assumir uma posição de guiar a máquina pública o candidato não observa para ele uma demanda de qualificações mais robustas. A missão de gerenciar a administração pública não requer habilidades específicas dos seus gestores como, por exemplo, ter experiência em cargos de direção, saber lidar com a limitação dos recursos, percepção nos relacionamentos pessoais, entre outros. Recentemente, um candidato ao parlamento brasileiro precisou comprovar seus conhecimentos básicos em leitura e escrita para poder assumir seu cargo ganho nas urnas eleitorais. Porém, só esses requisitos não atendem as perspectivas que se espera de uma posição tão importante na política nacional. Sem conhecimentos especializados, o gestor pode tomar decisões desastrosas para o rumo  da comunidade, consequentemente, gerar gastos desnecessários e ineficiência dos serviços públicos.       No contexto apresentado, a população tem sua parcela de participação, pois como maior fiscalizador do poder público deve exigir qualidade na sua gestão. Uma população ativa na administração pública tende a gerar benefícios em prol da nação, pois seu sucesso pressupõe um bem estar social. No Período Absolutista, a participação da população nas decisões políticas era praticamente nula, o que gerava forte desigualdade social e acúmulo de riqueza para uma parcela privilegiada da sociedade. Com o advento dos ideais iluministas e o estopim da Revolução Francesa, a sociedade, no mundo em geral, requereu maior participação política. Isso demonstra o importante papel dos cidadãos na cobrança de um eficiente gerenciamento dos recursos públicos, passando desde a escolha desses gestores até a exigências de qualificações para tal posto.       O cenário da gestão pública no Brasil apresenta falhas a serem corrigidas por meios de ações diversas. Através de uma legislação específica para o ingresso no cargo público, pode ser feito demandas de requisitos essenciais para tal candidato assumir o cargo, como formação em curso superior e especialização na área de gestão pública. A população deve sugerir e cobrar junto ao parlamento medidas que visem a qualificação dos administradores públicos, por exemplo, cursos específicos, formação continuada em gerenciamentos de recursos e constante atualização.