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Enviada em: 30/07/2018

A Constituição Federal, traz o princípio da eficiência como elemento intrínseco a Administração Pública, dessa forma, a gestão pública estaria obrigada a buscar atingir os melhores resultados com o menor gasto possível de recursos. Contudo, infelizmente, essa não é a realidade observada no Brasil, país em que se constata um alto índice de desperdício de recursos públicos, ocasionado não só pela corrupção enraizada na sua política, como também pela falta de capacidade de gestão daqueles que assumem o poder e pela ineficiência dos órgãos fiscalizadores.        De maneira similar ao pensamento defendido por Gilberto Dimenstein no livro "cidadão de papel", o princípio da eficiência se mostra como mais uma norma constitucional sem qualquer valor prático, ante o fim precípuo da maioria dos gestores de atingir interesses particulares através do desvio de recursos da máquina estatal, fato este fundamentado, principalmente, na necessidade de se compensar favores realizados na ocasião da campanha eleitoral, porquanto esta é eminentemente financiada pelo setor privado, que possui interesse financeiro nas decisões estatais.          Além disso, se observa a falta de interesse dos gestores públicos no seu preparo profissional para o exercício do cargo, de maneira que a maioria deles não teve qualquer experiência anterior com gestão, o que justifica a falta de planejamento e de metas a serem atingidas, bem como, de aplicação de recursos de modo eficiente e eficaz nas administrações. Essas situações são ainda mais agravadas pela insuficiente atuação dos órgãos fiscalizadores, especialmente os Tribunais de Contas, que acabam por legitimar e fomentar os abusos, ao não conseguir subvertê-los.       Destarte, a solução da ineficiência da gestão pública brasileira perpassa pela necessidade do Ministério da Educação promover campanhas nas escolas e universidades incentivadoras do exercício da cidadania, do voto consciente e da supremacia do interesse público, aliadas ao investimento em ferramentas metodológicas que priorizem o ensino e a valorização da gestão pública desde o ensino básico.