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Enviada em: 31/07/2018

"Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza", a letra da música "País tropical", interpretada por Jorge Ben Jor, evidencia a abundância de recursos naturais, o satisfatório abastecimento de água e a vasta riqueza mineral característicos do Brasil. No entanto, apesar de apresentar um considerável potencial para aperfeiçoar seus indicadores de desempenho e tornar-se uma economia desenvolvida, o modelo de gestão gerencial vigente no país não garante um gerenciamento eficiente dos bens coletivos. Sendo assim, é indiscutível a necessidade de propor mudanças no atual cenário administrativo brasileiro.        Em primeira instância, há no Brasil uma cultura de corrupção arraigada desde os primórdios do período colonizatório. Durante o século XVI, por exemplo, muitos fiscais, encarregados pela coroa portuguesa de evitar o comércio ilegal de produtos oriundos do território colonial, como pau-brasil, ouro e diamante, participavam dessas práticas ilícitas e por vezes recebiam propina para ignorar as irregularidades. Essas ações corruptivas, todavia, corroboram, ainda hoje, uma crise política e econômica no país, já que o desvio de dinheiro público impede que sejam oferecidos à população serviços básicos, como educação de qualidade, atendimento eficaz nos hospitais e garantia de transporte coletivo.       Outrossim, a política brasileira é marcada por casos de descontinuidade administrativa e de políticas públicas, condição em que planos, obras e programas são interrompidos, em escala municipal, estadual ou federal, com a mudança de gestor, desperdiçando o dinheiro público. Além disso, há ainda gestores administrativos que aprimoram e finalizam projetos, negligenciando a atuação do governo anterior. Essa dinâmica, observada principalmente em cidades de pequeno e médio porte, tem o objetivo de impor novos métodos de administração, privilegiando áreas em detrimento de outras, mas afeta a população local beneficiária.      É inquestionável, portanto, a necessidade de efetuar mudanças que objetivem amenizar os problemas observados na gestão pública brasileira. As prefeituras municipais e os governos estadual e federal devem expor, a partir de redes sociais e meios de comunicação governamentais, como o programa radiofônico "Hora do Brasil", o orçamento disponível para a efetuação de obras públicas e sua finalidade, dando à população um suporte informacional acerca dos investimentos destinados à melhoria dos serviços coletivos. Além disso, a Câmara dos Deputados deve apresentar um projeto de lei que garanta a continuidade dos projetos, ainda que haja a alteração da gestão administrativa, a partir da presença de fiscais nos municípios brasileiros, evitando o desperdício do dinheiro público.