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Enviada em: 02/08/2018

Enantiomorfismo de gestão       É indubitável que diante das grandes questões desoladoras no século XXI, o dilema desafiador da gestão pública, no Brasil, representa não somente o reflexo de uma sociedade vítima de um arcabouço histórico, mas também corolário de uma administração errônea. Em memórias póstumas de Brás Cubas, a exemplo, o defunto-autor de Machado de Assis, autor do Realismo, afirma que não teve filhos e por isso não transmitiu a ninguém o legado de nossa miséria. Análogo a essa afirmação, o Brasil sofre com um legado fruto de raízes históricas.      Deve-se pontuar de início, que a improbidade administrativa encontra entraves, veementemente, afetados pela história brasileira, seja social ou burocrata. Aquela fruto de uma não tradição com politicas sociais diretamente voltadas aos mais pobres, esta causada por uma burocracia que paralisa e conduz a falta de motivação. Segundo o advogado Patrus Ananias, acumulamos em nossa história um alto déficit de gestão. Tal afirmação condiz com a chegada dos colonizadores e a implatação das capitanias hereditárias, a qual inicia uma gestão promíscua entre o publico e o privado. Nota-se, assim, um dos cernes da questão.       Outrossim, torna-se preocupante e estarrecedor constatar a inaptidão da gestão. Na Grécia, por exemplo, a má administração pública é a raiz que sustenta uma crise que perdura há algum tempo. No Brasil, a inabilidade do poder é a grande responsável pela defasagem do sistema público. Segundo o jurista Fábio Medina Osório, a má gestão não é só corrupção, também é ineficiência. Dessa forma, por mais que a grande causa dos entraves administrativos seja a corrupção, como a investigação Federal Lava Jato tem provado, ainda cabe à gestão inteligência necessária para comandar a cousa pública. Vê-se, então, a configuração da problemática.       Destarte, a gestão pública possui entraves administrativos e históricos. Análoga a terceira lei de Isaac Newton, em que toda ação requer uma reação é necessário que o sistema educacional , comandado pelo Ministério da Educação, instrua os alunos sobre o desacerto que aos poucos estamos revertendo sobre administração por meio de aulas que explicitem os erros e acertos dos nossos governantes. Nesse ínterim, o Supremo Tribunal Eleitoral deve oferecer aos candidatos palestras em caráter de gestão pública antes das eleições supervisionados pelo Ministério Público e parceria das prefeituras. Só assim, exemplos contrários de gestão poderão ser amenizados.